
A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu nesta quinta-feira o inquérito para apuração do falso assalto aos nadadores americanos durante a Olimpíada. De acordo com informações da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT), as investigações foram concluídas e o atleta Ryan Lochte foi indiciado por falsa comunicação de crime.
Com o fim dos trabalhos policiais, o inquérito foi encaminhado ao Ministério Público e ao Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos. No relatório, é sugerido ao Poder Judiciário a expedição de carta rogatória para que Ryan Lochte seja comunicado do processo nos Estados Unidos. Também devem ser enviadas cópias dos autos para a Comissão de Ética do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Em entrevista ao G1, o delegado responsável pelo caso, Clemente Braune, informou que não há um prazo para a carta chegar até o nadador. Se ele não voltar ao Brasil, será julgado à revelia, ou seja, sem chance de se defender. As penas previstas são de um a seis meses de detenção ou pagamento de multa para encerrar o processo.
Ryan Lochte ainda corre o risco de ser processado por dano ao patrimônio. O proprietário do posto de combustíveis em que o nadador foi flagrado pelas câmeras de segurança destruindo uma placa de publicidade ainda deve prestar depoimento na Delegacia do Turista em data não confirmada.
Na última semana, outro nadador envolvido no caso, James Feigen, prestou depoimento e também foi indiciado por falsa comunicação de crime. Ele fez um acordo para pagar uma multa de R$ 35 mil, dinheiro que deve ser doado ao Instituto Reação, ONG que funciona na Rocinha.
Relembre o caso
Ryan Lochte e os outros três nadadores disseram ter sido vítimas de um assalto à mão armada depois de uma festa na Casa da França, na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, na madrugada do dia 14 de agosto. Segundo o primeiro relato os bandidos portariam distintivos policiais e pararam o táxi onde os atletas estavam, o que configuraria uma falsa blitz. Alguns dias depois, a história provou ser falsa.
As investigações apontaram para uma confusão com funcionários de um posto de gasolina no Rio, sem indícios de roubo, como informou o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso. Segundo depoimentos, eles teriam praticado vandalismo no banheiro, dando início à confusão com os funcionários.
Após a farsa ter sido desmascarada pela polícia, os nadadores admitiram que erraram e pediram desculpas publicamente. O que não evitou, contudo, que Lochte perdesse quatro de seus patrocinadores pessoais, além de se tornar alvo de vários ataques de internautas o chamando de mentiroso em suas redes sociais.
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