Ajuda na pandemia teve valor reduzido e preço dos alimentos aumentaram.

Pobre precisa juntar dois auxílios emergenciais para ter cesta básica em Campo Grande
Cesta básica ficou mais cara e custa ''dois auxílios''. / Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

Comprar uma cesta básica nunca esteve tão difícil em Campo Grande, que em setembro, custou R$ 630. A disparada dos preços do arroz, óleo de soja e feijão exige quase quatro parcelas do auxílio emergencial para levar a comida à mesa. 

Os dados sobre o preço dos alimentos básicos são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese. O preço médio da cesta, em 2021, ficou em R$ 582,25. 

Conforme o Departamento, a cesta básica começou o ano a R$ 578,62. Teve forte redução em fevereiro (R$ 551,58) e chegou ao meio do ano, entre altas e quedas, a R$ 566,78. 

Porém, segue o estudo, foi a partir de junho deste ano que o valor disparou. Em julho, a cesta custou R$ 588,83; agosto R$ 609,33 e setembro, R$ 630,83. 

Auxílio 

O problema é que o auxilio emergencial, criado para suprir necessidades da população pobre, tem valor fixo. Segundo as regras, a parcela para família com uma pessoa, o valor é de R$ 150. Com duas ou mais pessoas é de R$ 250 e famílias com mães solteiras, R$ 375. 

Dificuldade

A população vulnerável sofreu mais em 2021. Isso, porquê, o valor do auxílio caiu, de R$ 600, em 2020, para o máximo de R$ 375, este ano. E os efeitos da pandemia continuaram, inclusive com as medidas de isolamento social. 

Ou seja, em 2020, era possível comprar uma cesta básica completa com os R$ 600 do auxílio e ainda sobrava dinheiro. Agora, só adquire a cesta alimentar, quem recebe o valor cheio e ainda precisa ‘’juntar’’ duas parcelas. 

O Governo Federal pagará, neste mês de outubro, a última parcela do Auxílio Emergencial. A ideia agora é criar uma nova versão do Bolsa Família, o Auxílio Brasil, no valor de R$ 400, até o fim de 2022. 

No entanto, a discussão é sobre a fonte de recursos para pagar os benefícios. Há discussões na Câmara e no Senado para viabilizar fundos e assim não comprometer o teto de gastos.