Placa-viva ou improviso: sinalização precária espalha perigo pelas ruas

Tomada pela vegetação, esmaecida pelo tempo e até inexistente: a deficiência da sinalização de trânsito aumenta o perigo pelas ruas de Campo Grande. O problema ganha projeção para condutores ou quem testemunha pessoas quase morrendo na esquina de casa.

Depois de ver um motociclista sofrer fraturas múltiplas em acidente no cruzamento das ruas Floriano Paulo Corrêa e do Touro, na Vila Nhanhá, Janaína Benites, 35 anos, tomou uma resolução. Decidiu pintar a palavra Pare no asfalto. “Aqui precisa de sinalização tem muita criança, é perto do colégio”, conta.

Janaína desistiu de recorrer ao poder público, que pede ofício e registros fotográficos dos acidentes. Ela aproveitou que tinha tinta sobrando e contou com a ajuda de um amigo para pintar o asfalto. “Mas também não respeitam, não estão nem aí”, diz.

Morando no bairro há 37 anos, Maria Joana Severino Dias Ribeiro conta que a evolução foi lenta. A terra batida virou asfalto, mas a sinalização ainda não chegou à maioria dos cruzamentos. Ela conta que os moradores são os primeiros a acudir as vítimas. “Aqui não é só um acidente não. São vários”, afirma.

O serralheiro Fortunato Benites, 60 anos, conta que a última ação de sinalização foi somente no entorno da escola, mas até a linha de ônibus, caso da rua Cristóvão Scapulatempo, ficou sem placas de trânsito. “Fizeram em volta do colégio e mais nada”, relata.