Erosão avança sobre via de 4,6 km, inaugurada há sete anos, cuja construção deu origem à operação da PF

Pivô da Lama Asfáltica, obra de R$ 21 milhões ameaça desmoronar
Galeria foi levada pela chuva e trecho da via, inaugurada em dezembro de 2011, corre risco de desmoronamento / Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado

Inaugurada em 2011 e um dos pivôs da Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, a Avenida Lúdio Martins Coelho – que custou R$ 21,3 milhões aos cofres públicos – corre risco de desmoronamento. Nesta semana, trecho da pista que margeia o Córrego Lagoa, localizado entre os Bairros União e Caiçara, região oeste de Campo Grande, ficou ainda mais ameaçado pela erosão. Se o córrego continuar captando os sedimentos levados a cada chuva, parte do asfalto poderá desmoronar e comprometer a segurança dos motoristas. Desde que foi inaugurada, em 17 de dezembro de 2011, a via tem histórico de buracos e incorreções na pista. 

Quando a Operação Lama Asfáltica foi desencadeada, em 9 de julho de 2015, a via ainda estava no período de garantia. O trecho sob ameaça de desmoronamento integra o lote do Complexo Lagoa licitado pela Agência Estadual de Infraestrutura (Agesul). A empreiteira responsável pela obra é a Proteco, que pertence ao empresário João Amorim, preso desde 8 de maio deste ano, justamente por causa das acusações da Operação Lama Asfáltica. 

OBRA DO PAC

A obra da Avenida Lúdio Martins Coelho custou R$ 21,3 milhões aos cofres públicos – maioria dos recursos de origem federal, via Programa de Aceleração do Crescimento. Na contratação da obra, a Polícia Federal viu fraude em licitação e ainda “sobreposição de serviços”. Os pagamentos indevidos por causa das supostas fraudes no contrato da obra chegaram a R$ 475.547,69, e os serviços, que o Ministério Público Federal considerou “desnecessários” na construção da via, geraram um prejuízo de R$ 4,4 milhões aos cofres federais.