Inquérito foi aberto para apurar se eles receberam vantagens indevidas da Odebrecht na campanha de 2006. Raquel Dodge disse que não se encontrou provas contra os políticos; caso será analisado por Luiz Edson Fachin.

PGR pede arquivamento de inquérito que investiga Blairo Maggi e Zeca do PT
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi. / Foto: Carlos Silva/MAPA

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu arquivamento do inquérito aberto a partir das delações da Odebrecht para investigar o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP-MT), e o deputado Zeca do PT (PT-MS).

O parecer foi apresentado na segunda-feira (1º) e tornado público no processo nesta terça (2). O pedido de arquivamento será analisado pelo ministro Luiz Edson Fachin, responsável pelos casos da Operação Lava Jato no Supremo.

Segundo o parecer da Procuradoria, o inquérito foi aberto para apurar se Maggi e Zeca do PT receberam vantagens indevidas na campanha de 2006 e se, em troca, teriam atuado para beneficiar a Odebrecht.

A empresa teria créditos tributários a receber dos estados e propôs pagamento de propina para acelerar a liberação do dinheiro. Esse dinheiro, segundo os delatores, teria sido por meio de doação de campanha. O sistema de controle da Odebrecht registrou R$ 12 milhões a Blairo Maggi e R$ 400 mil a Zeca do PT.

Quanto o inquérito foi aberto, a PGR apontou suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

Raquel Dodge afirmou ao Supremo que, depois da coleta de diversos depoimentos e outras provas, "não se obteve êxito na produção de lastro probatório" necessário para apresentar denúncia criminal contra os dois.

"Considerando o tempo transcorrido então, mais de 12 anos, não se vislumbram novas diligências aptas à elucidação dos fatos e com eficácia para permitir a propositura de ação penal", disse.

A Polícia Federal havia pedido o envio do caso à primeira instância porque os fatos não têm relação com os mandatos atuais dos políticos ou mais prazo para concluir as investigações.

Para Dodge, apesar do pedido da PF, o caso deve ser arquivado porque não há provas e nem novos caminhos para investigação.