Policiais federais cumprem na manhã desta quarta-feira (30) quatro mandados de condução coercitiva e cinco de busca e apreensão contra suspeitos de cometer irregularidades em licitações do Detran de Tocantins. As atividades integram a 12ª fase da Operação Acrônimo, deflagrada em 2015 para investigar um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais envolvendo gráficas e agências de comunicação.
Até as 8h15, os alvos desta nova etapa da operação ainda não haviam sido divulgados. Os mandados são cumpridos em Brasília e Tocantins.
As investigações da Acrônimo começaram com a apreensão de R$ 113 mil com três passageiros de um jatinho que pousou no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek em outubro de 2014: Marcier Trombiere Moreira, ex-chefe de Comunicação do Ministério da Saúde e membro da campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, dono de uma gráfica que também prestou serviço para o petista; e um homem identificado como Pedro Medeiros.
A primeira fase da operação foi deflagrada em maio de 2015, em Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e DF. Documentos foram apreendidos no apartamento da primeira-dama do governo de MG, Carolina de Oliveira. Na ocasião, Pimentel declarou que o envolvimento da mulher na investigação se tratava de “equívoco”.
As etapas posteriores da Acrônimo continuaram investigando pessoas ligadas à campanha do petista. Em setembro, a PF indiciou Pimentel e o empresário Marcelo Odebrecht foram indiciados pelo suposto esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos para financiamento de campanhas. Na época, o governo de MG afirmou que a operação foi feita com base em “deduções fantasiosas” e que o político e a mulher estavam à disposição para esclarecimentos.
11ª fase da Acrônimo
A fase anterior da Acrônimo ocorreu no dia 27 de outubro, tendo como um dos alvos o empresário Benedito Oliveira, mais conhecido como Bené. Ele é investigado desde o início da operação, que começou em 2015. Ele foi levado a depor por supostamente estar escondendo informações, mesmo após ter fechado acordo de delação premiada.
Ao justificar a condução coercitiva de Bené, o Ministério Público afirma que os investigadores inferiram que "possivelmente" o empresário "tenha ocultado alguns fatos criminosos" durante os depoimentos.
A polícia desconfiou de contradições nas informações dele após ouvir, em delação premiada, a empresária Daniele Fonteles, da Agência Pepper, também investigada.
Após a condução coercitiva, a defesa de Bené disse que ele “está prestando todas as informações necessárias e de seu conhecimento para a total elucidação dos fatos".
Naquele dia, a operação cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e 10 de condução coercitiva no Distrito Federal e em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Acrônimo
A Operação Acrônimo investiga desde maio de 2015 um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais envolvendo gráficas e agências de comunicação. O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), é suspeito de ter usado os serviços de uma gráfica durante a campanha eleitoral de 2014 sem a devida declaração dos valores e de ter recebido "vantagens indevidas" do proprietário dessa gráfica, o empresário Benedito Oliveira. Pimentel vem negando as acusações desde que o início das investigações.
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