Crianças iam até a casa do pedreiro para brincar com a filha do autor

Pedreiro nega estupros e alega que vizinhos queriam tomar sua casa para vender drogas
Crianças iam até a casa do pedreiro para brincar com a filha do autor / Foto: Pedreiro foi preso na casa de familiares na manhã dessa quinta-feira. (Reprodução: Polícia Civil)

O pedreiro, de 47 anos, preso suspeito de estuprar três crianças na região da Vila Nasser, em Campo Grande, negou o crime e disse que as vítimas mentiram por ele mandá-las embora de casa. Ele está preso desde quinta-feira (25), após mandado de prisão preventiva cumprido por policiais da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

Na tarde dessa quinta-feira (25), os moradores comemoraram a prisão do suspeito; entretanto, por medo, uma das mães preferiu se mudar do local. Já a outra não quis comentar sobre o assunto.

Após a prisão, o pedreiro foi interrogado na especializada e negou ter abusado sexualmente das três crianças. À polícia, o homem falou que ‘jamais beijou’ qualquer uma das meninas, tampouco passou a mão nas partes íntimas das mesmas.
Na ocasião, o pedreiro afirmou que sua esposa possui um pequeno comércio em casa, onde vende doces e bebidas não alcoólicas e, por isso, é comum a ida das crianças ao imóvel. Nos últimos dias, o homem estava trabalhando na residência de uma vizinha, das 5h da manhã até as 18h.

Diante do serviço, ele afirmou em interrogatório que chega cansado em casa e não gosta da presença das crianças no imóvel por fazerem bagunça. Então, ele falou que pede que a esposa mande as crianças embora e acredita que, por isso, as vítimas teriam mentido sobre os abusos para prejudicá-lo.

Pedreiro acredita que os vizinhos querem tomar seu terreno
Ainda na DEPCA, o pedreiro disse que uma das crianças nunca foi em sua residência e que a mãe da outra vítima seria usuária de drogas. Ele também explicou que sua filha participa de um projeto e frequenta a escola, ficando praticamente o dia inteiro fora de casa. Então, comentou que as amigas da menina frequentam sua residência somente quando ela está no imóvel.

Além disso, falou que sua esposa e outra parente estão sempre em casa, bem como outros familiares. Por isso, se tivesse ocorrido algo, um dos presentes teria visto o suposto estupro.

Sobre o último dia 16, quando teve a residência incendiada pelos vizinhos, o pedreiro falou que a avó de uma das crianças foi até o imóvel para acusá-lo de abuso sexual contra a neta. Naquele momento, ele foi até a delegacia e registrou boletim de ocorrência por calúnia.

Ao retornar da delegacia, moradores estavam ateando fogo na casa dele com quatro crianças e uma idosa dentro do imóvel. Diante disso, ele e a esposa se mudaram para a casa da mãe dele, no bairro Aero Rancho, onde ficaram até essa quinta-feira (25), quando foi preso preventivamente.

O pedreiro ainda declarou que o terreno de sua casa fica bem localizado na região e, por isso, acredita que alguns vizinhos querem tomar sua propriedade, principalmente para venda de drogas.

Local onde ocorreu toda a confusão no último dia 16. (Foto Madu Livramento/Midiamax)
Relembre o caso
Moradores atearam fogo e destruíram a casa do pedreiro na região da Vila Nasser, em Campo Grande, na noite do último dia 16. Na ocasião, o homem não estava na casa, somente a mãe e dois filhos dele, que foram retirados antes do incêndio.

Os ânimos estavam muito exaltados no local, onde também foram efetuados ao menos cinco tiros, aparentemente ao alto, no momento de toda a confusão. A PM (Polícia Militar) foi acionada e lançou gás lacrimogênio para dispersar a população.

Confusão começou na escola com desconfiança sobre estupro
No último dia 17, uma das mães contou ao Jornal Midiamax que foi chamada na escola e teve a desconfiança relatada por uma professora. Ao questionar a filha, a criança contou que o pedreiro a beijava na boca e passava as mãos em seu corpo.

Conforme o relato da mãe, quando a criança revelou o nome do abusador, a mesma começou a chorar. Ela também relatou que o psicólogo de uma ONG (Organização Não Governamental) na região da Vila Nasser começou a perceber o comportamento diferente das crianças.

Ainda segundo informações há suspeita de que outros dois meninos, além das três meninas, foram abusados.