Geraldo Resende acredita que decisão deve refletir na forma como a sociedade enxerga a democracia

‘Pedagógico para as futuras gerações’, diz deputado sobre julgamento de Bolsonaro
Geraldo Resende acredita que decisão deve refletir na forma como a sociedade enxerga a democracia / Foto: Geraldo Resende comentou o julgamento do ex-presidente. (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)

O deputado Geraldo Resende (PSDB-MS) considera que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), agendado para se iniciar na terça-feira, 02/09, possa ser “pedagógico para as futuras gerações”. Ele defende que o processo permita ao ex-mandatário o princípio do contraditório e a oferta da ampla defesa.

Jair Bolsonaro e outros sete acusados na investigação que apura a tentativa de golpe de Estado, que ficou conhecida como trama golpista do 8 de janeiro, serão julgados pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal.
“Nós precisamos entender e respeitar os processos democráticos no país. E o que aconteceu no dia 8 de janeiro de 2023 foi um desrespeito muito evidente às instituições brasileiras. Então, esse julgamento certamente vai marcar não só as eleições de 2026, mas vai marcar a história desse país”, disse.

Para o parlamentar, é preciso a garantia do julgamento correto, que inclui especialmente a ampla defesa.

“Princípio que norteia o nosso Estado Democrático de Direito. Que o veredito final seja acatado pelo conjunto da população brasileira”, defendeu.

Bolsonaro entre os réus
Jair Bolsonaro, 38° presidente da República do Brasil, enfrentará o julgamento da 1ª Turma do STF a partir desta terça-feira, 02/09.

Ele e outros sete acusados nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023 serão julgados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Confira aqui todos os detalhes do rito do julgamento de Bolsonaro
Somente o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal, conseguiu benefício de suspensão de parte das acusações, respondendo, assim, a três dos cinco crimes. A regra é garantida na Constituição.

Ramagem continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Além de Bolsonaro e Ramagem, integram o banco dos réus:

Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022;
Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O julgamento pode levar para a prisão o ex-presidente da República e generais do Exército, pela acusação de golpe de Estado. A medida é inédita, desde a redemocratização do país.

A 1ª Turma é composta por Alexandre de Moraes, que é o relator do caso; Cristiano Zanin; Flávio Dino; Luiz Fux; e Cármen Lúcia. Foram reservadas cinco sessões para o julgamento, que ocorrerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.