No horário de pico e em cruzamento considerado um dos gargalos do trânsito em Campo Grande, caos se instala em frente à Escola Estadual Hércules Maymone

Para não perder o ônibus, estudantes disputam corrida e se arriscam na rua

O sinal sonoro indicando que os alunos da Escola Estadual Hércules Maymone estão liberados toca às 11h20 e em segundos, a rua Joaquim Murtinho é tomada pelas centenas de adolescentes e jovens, que disputam corrida entre eles e espaço com os veículos.

Como também é horário de pico e o cruzamento com avenida Eduardo Elias Zahran, um dos gargalos do trânsito em Campo Grande, está instalado o caos (veja cenas em vídeo no fim da matéria).

“Gurizada, você sabe como é que é. Aqui é muito perigoso. A sorte é que os motoristas respeitam e param. Do jeito que eles vêm, se tiver um na frente eles passam por cima”, comenta o Valdeilson Amorim, 29 anos, segurança do terminal de ônibus que fica em frente ao colégio.

A confusão era tanta nesta quinta-feira, logo após a saída dos estudantes do turno da manhã, que a equipe do Campo Grande News não conseguiu abordar motoristas para entrevistas.

Embora haja uma passarela elevada e semáforo com botão para que pedestres possam parar o trânsito, estudantes não perdem a oportunidade de atravessar por qualquer canto. Eles explicam que a pressa é para garantir a entrada no terminal o mais rápido possível e não perder os ônibus.

“É por causa do ônibus, mas eu acho muito errado. É que este semáforo só fica 10 segundos aberto para os pedestres. É pouco tempo para a gente passar”, explica uma aluna, de 16 anos, que cursa o 3º ano do ensino médio.

No fim desta manhã, ela era uma das que esperava o semáforo fechar para conseguir atravessar ao lado das colegas. “Eles saem correndo para não ter de ficar na fila do terminal, já que só tem duas catracas. É muito perigoso”, comenta outra adolescente de 16 anos.

A direção da escola afirmou ao Campo Grande News que já notou o risco que os alunos correm ao atravessarem a avenida, mas diz que fica de mãos atadas, porque não tem poder para coibir o comportamento.

Recentemente, a direção começou trabalho de conscientizar os estudantes. Os alunos do período vespertino, que cursam o ensino fundamental e são mais novos, são levados até o portão em fila pelos servidores.

Com o ensino médio, que soma quase 700 alunos no período da manhã, a equipe pedagógica ainda não traçou abordagem seria mais eficaz.