São 75 equipamentos de ultrassom que vão ser disponibilizados aos municípios.

Para diminuir mortalidade infantil, MS distribui ultrassom e municípios deverão aderir a programa
/ Foto: Marcos Ermínio, Jornal Midiamax

Com o aumento no número da mortalidade infantil e materna em 2021 devido à pandemia da Covid-19, o Governo de Mato Grosso do Sul lançou o programa Bem-Nascer, que precisa da adesão dos 79 municípios. Com isso, vão ser disponibilizados 75 equipamentos de ultrassom que já foram comprados, para atender as mulheres grávidas.

O lançamento do programa aconteceu nesta sexta-feira (19) e teve a presença do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende e prefeitos dos municípios, além da primeira-dama do Estado, Fátima Azambuja, madrinha estadual do programa. Segundo dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde), em 2019 o Estado registrou 22 mortes, em 2020 foram 16 e em 2021, 50 mortes maternas e infantis.

Reinaldo afirmou que o chamamento feito aos gestores dos municípios é para preservar a vida das mulheres e crianças, devido ao aumento de mortes durante a pandemia. “Vamos disponibilizar equipamentos, qualificação profissional, recursos financeiros para contratar mais equipes de profissionais, médicos, ginecologistas, obstetras, assistentes sociais para organizar esse sistema nos 79 municípios”.

Segundo o governador, os equipamentos de ultrassom já serão distribuídos, além dos outros que foram comprados. “Basta o município aderir ao programa e a causa não é só do governo, mas da sociedade também”.

Os recursos aplicados no programa são oriundos do Estado. São R$ 15 milhões equipamentos, R$ 11 milhões em ultrassons e R$ 4,5 milhões em outros equipamentos que ajudam no combate à mortalidade materna e infantil, como o tocógrafo, equipamento para assistência do pré-natal.

Além disso, conforme Azambuja, o estado vai disponibilizar R$ 30 mil para equipes locais para contratar um médico a mais, ou para atender uma estrutura melhor. “É um programa permanente. O que fez aumentar a mortalidade na pandemia, foi o afastamento das mulheres em função do medo da doença. Tem que fazer o pré-natal, exames de sangue, para descobrir doenças como sífilis, hipertensão que levam mulher a ter dificuldade no parto e podem levar à morte”.

Foram comprados 75 ultrassons. “Em 4 cidades não tem médicos específicos e vão funcionar anexos na macrorregião. Não adianta dar ultrassom e não ter quem opere o equipamento, enquanto não tem, a macrorregião atende”, ressaltou Reinaldo.

Conforme Geraldo Resende, vários municípios já têm equipamentos. “Para não ter duplicidade de equipamentos, município que recebeu a pouco tempo através de emenda parlamentar estadual ou federal, não temos como dar dois equipamentos, sendo que em 2 ou 3 anos começam a ficar ultrapassados”.

Resende informou ainda que o programa começa ser implantado imediatamente, basta a adesão dos municípios. “Primeira vez no país que é lançado um programa com financiamento”. 

O secretário ainda citou onde o programa pode ser desenvolvido. “Em Dourados, temos belíssimo hospital, foi entregue há pouco tempo e está sendo utilizado para atender Covid-19, mas precisa cumprir sua missão. Em Três Lagoas tem hospital novo que vai ser inaugurado e vai ter ala para mulher e criança. Em Campo Grande queremos a partir do ano que vem,  fazer o lançamento da obra do hospital materno infantil Cândido Mariano que vai ser construído ao lado da maternidade no estacionamento, projeto ousado que está sendo gestado”.