Estratégia é para abrigar profissionais que atuam contra a Covid-19.

Para atender saúde, turismo compra 600 vagas em hotéis

Mato Grosso do Sul tem cerca de 39 mil leitos disponíveis em seus hotéis. Somente em Campo Grande são 7,5 mil acomodações. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Estado (ABIH-MS) foi sondada pelo Ministério do Turismo para disponibilizar 600 destes leitos para abrigar profissionais da saúde durante os próximos dias.

Com o avanço da pandemia do novo coronavírus, que provoca a Covid-19, os hotéis de todo o País sofreram esvaziamento, mas agora podem ser usados para abrigar os profissionais da saúde que trabalham na linha de frente.

Segundo o presidente da ABIH-MS, Marcelo Mesquita, o Ministério do Turismo intermedeia as negociações com o setor. “A ABIH está sendo sondada diretamente pelo Ministério do Turismo, que está intermediando junto ao Ministério da Saúde a utilização dos hotéis por servidores da saúde. Somente aqui na Capital são cerca de 600 leitos para os próximos dias”.

Em coletiva de imprensa do Ministério da Saúde, transmitida no dia 2 de março pela Rede Brasil, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, disse que presidente Jair Bolsonaro já havia expressado a preocupação com os profissionais da saúde. “Está concluído o projeto, visando atender essa preocupação do presidente. Portanto temos essa possibilidade de utilizar os hotéis que sejam próximos aos hospitais para abrigar os profissionais de saúde. Essa seria para facilitar a logística do deslocamento e também resguardar as famílias”.

CAPITAL

A possibilidade já havia sido adiantada em reportagem do Correio do Estado do dia 25 de março. A negociação era feita diretamente entre autoridades municipais de Campo Grande e representantes do setor hoteleiro.  

“Existe um entendimento sendo orquestrado pela Secretaria Municipal de Turismo e um grupo de hotéis visando atender esta demanda”, contou Mesquita.

Ainda falta ser definida a melhor forma de ocupar os leitos. Além dos médicos e enfermeiros que atuam na linha de frente no combate à doença, que temem voltar para casa para não correr risco de infectar familiaes, também há a possibilidade de pacientes ficarem nos leitos de hotéis. “Também se discute que esses hotéis recebam algumas pessoas do grupo de risco caso a situação piore. Claro que separadamente em um local os profissionais da saúde e em outro o grupo de risco. Mas isso ainda está sendo definido com as secretarias municipais”, informou Mesquita na ocasião.

A iniciativa já é adotada por alguns gestores de estados e municípios de norte a sul do País.