Semed afirma que técnica do órgão central fará uma visita à unidade amanhã (03), para verificar os fatos e tomar as providências necessárias
Localizada na rua Mangabeira número 28, no bairro Coophatrabalho em Campo Grande, uma das unidades públicas que ofertam o ensino em tempo integral na Capital, que deveria ser um "respiro", têm, na verdade, tirado o sono de muitos pais e mães que relatam episódios de alunos impedidos de usufruir do intervalo, episódios sem água e luz na unidade e dificuldade no diálogo com a direção e coordenação.
Os problemas em questão foram registrados na Escola Municipal Hilda de Souza Ferreira, com vários pais reclamando dos problemas que se acumulam com a instituição.
Entre eles, por exemplo, o grupo de responsáveis reclamou ontem (1°) da falta de água na unidade integral, o que não foi comunicado por parte da direção aos pais que deixam seus filhos no primeiro horário de entrada.
Mensagens trocadas através de grupos específicos de pais de alunos dessa escola mostram a preocupação, e também que os problemas não tratam-se de episódios isolados.
Reprodução
Sobre o problema desta segunda-feira (1°), de falta de água e de energia, as conversas mostram que até por volta do meio-dia o problema da falta d'água ainda não havia sido sanado, com os banheiros sujos sem a possibilidade de dar descarga, sem que as crianças fossem dispensadas diante da situação.
"Não sei se os pais foram comunicados [da falta d'água]. Acho absurdo a tamanha falta de respeito, então estou vindo eu, que não sou nada da escola e apenas a mãe de uma aluna, que pelo calor que está, os pais que quiserem buscar as crianças... é uma vergonha, a escola está no grupo e ninguém vem avisar os pais. Tentei contato e não deram nenhum retorno", narra uma mãe indignada.
Além da falta de água, pais e mães relatam até mesmo episódios de falta de luz elétrica, com as crianças mantidas na unidade sem a energia necessária para a devida refrigeração, seja por ventiladores ou pelos ares-condicionados.
"Admirável essa diretoria! O 'cuidado' com as crianças neste calor", cita um dos responsáveis indignados.
Sobre o diálogo com a equipe da unidade, os pais comunicam que até mesmo as tentativas de contato com a escola não são respondidos, com as mensagens não recebidas por "falta de internet" no momento.
"Se acontecer algo grave e que não tenha internet, não vamos saber por isso? Para mim é muita falta de cuidado e respeito com as crianças e com nós, pais e responsáveis. Não é porquê as crianças estão lá que não devemos saber".
Indignação de pais e mães
Amedrontados, os pais e mães reclamam que o principal ponto que incomoda é a "falta de zelo" por parte da "cabeça" por trás da gestão da instituição.
O grupo de pais e mães, que optam por não divulgar seus nomes por medo de represálias, citam os mais diversos episódios em que os "descasos" foram observados.
"O dia que pediram para buscar nossos filhos naquela tempestade, cheguei e também estava sem luz... todas as salas estavam com as portas fechadas, elas no escuro. Isso não existe. É admirável uma pessoa que encabeça uma gestão de uma instituição de ensino, não dá um parecer para os pais, mandar um recadinho. Pais, estamos sem energia no momento, vamos aguardar por mais algum tempo, caso não retorne dentro de uma, duas, três horas, é por gentileza buscar em seus filhos", diz uma mãe aflita, citando que sua filha está prestes a sair da escola, já que diante dos ocorridos a própria pequena teria desgostado da unidade
Além dos problemas citados acima, mães e pais ainda citam episódios em que seus filhos têm sido deixados sem intervalo, desde 07h30 até 16h, o que segundo uma das mães têm levado uma criança de sete anos ao "auge do estresse".
"Esses dias a babá que busca minha filha foi pegar ela, chamou cinco vezes e não saiu. Perguntei para minha filha o por quê, ela disse que a professora não deixou sair porque tinha que arrumar a sala", revela outra mãe.
Há ainda a reclamação da falta de controle na saída e liberação dos estudantes, com uma dessas mães, que costuma contar com sua rede de apoio para buscar sua filha, alegando que teria ido buscar sua pequena e outros alunos em um primeiro dia específico e teria saído de lá com as crianças sem que alguém do corpo administrativo da escola fizesse esse controle, o que também não teria sido episódio isolado.
Nesse sentido, outra mãe detalha exatamente a mesma situação descrita acima.
"Meu pai quem vai buscar os netos. Esses dias fui buscar minha filha, não perguntaram quem eu era, e sou bem diferente da minha filha, eu morena e ela branca de olho verde, loira, dá uma diferença enorme... simplesmente anunciaram ela, que veio até mim e fomos embora. Mas não vou buscar sempre, então qualquer pessoa que souber o nome pode retirar?", questiona.
O que diz a Semed
Questionada pela equipe do Correio do Estado, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) afirmou que acompanha com seriedade as situações relatadas na Escola Municipal Hilda de Souza Ferreira, na Coophatrabalho.
Entretanto, até o contato via assessoria de comunicação do município de Campo Grande, a Pasta ainda não teria recebido qualquer registro oficial que confirmasse as práticas mencionadas.
Sobre a falta de água ontem (1°), a Semed indica que a escola apresentou oscilações de energia e interrupção temporária de água e de energia, que eles dizem ter sido "rapidamente solucionada" com apoio da Secretaria.
Diferente do que afirmam os pais, de que desde o primeiro horário da manhã até o meio-dia ainda não teriam sido reestabelecidos os fornecimentos essenciais, a Semed aponta que: "devido à brevidade do ocorrido, não houve tempo hábil para comunicação prévia às famílias".
Além disso, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) afirma que uma técnica do órgão central fará uma visita à unidade amanhã (03), para verificar os fatos e tomar as providências necessárias.
Abaixo, você confere a resposta da Semed na íntegra:
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) informa que acompanha com seriedade as situações relatadas na Escola Municipal Hilda de Souza Ferreira, na Coophatrabalho.
A Semed não recebeu registros oficiais que confirmem a prática mencionada. Ainda assim, uma técnica do órgão central realizará visita à unidade na quarta-feira para verificar os fatos e tomar as providências necessárias.
Na manhã desta segunda-feira (1º), a escola enfrentou oscilações de energia e interrupção temporária de água. A situação foi rapidamente solucionada com apoio da Semed. Devido à brevidade do ocorrido, não houve tempo hábil para comunicação prévia às famílias.
A direção da unidade segue em acompanhamento e orientação contínua da Semed. A equipe técnica verificará a situação durante a visita e fará as orientações cabíveis para o aprimoramento da comunicação com os responsáveis.
A Semed reforça seu compromisso com a transparência, a segurança e o bem-estar dos alunos e permanece à disposição para novos esclarecimentos".











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