A criança pegou a pistola 6,35 do pai, perito criminal do Estado, e levou ao local escondida dentro de uma lancheira

Pai de menino que disparou pistola na escola responderá por descuido

A Polícia Civil registrou como omissão de cautela de arma de fogo do pai do menino de 9 anos que disparou acidentalmente contra si mesmo na última quarta-feira, dia 17 de outubro, durante uma aula de geografia em sala do quarto ano do Colégio Adventista de Campo Grande, no Jardim dos Estados, na região central da Capital.

A criança pegou a pistola 6,35 do pai, perito criminal do Estado, e levou ao local escondida dentro de uma lancheira. A arma, segundo explicou o funcionário público, ficava guardada dentro do escritório existente na casa da família.

"Segundo ele disse, a sala ficava trancada e o menino não teria como saber onde ficava a arma. Mesmo assim a criança entrou e pegou a pistola", disse o delegado Rodrigo Camapum, responsável pelo registro inicial da ocorrência na delegacia de plantão do Centro.

Omissão de cautela de arma de fogo é considerado um crime de menor potencial, rende de um a dois anos de prisão, que podem ser revertidos em penas alternativas. "A arma está registrado, legalizada, o dono apto a usá-la. Só deveria mantê-la fora do alcance de menores de idade", explicou Camapum. 

Nesta quinta-feira (18), a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que vai instaurar procedimento administrativo próprio para investigar a omissão do pai, considerado um servidor exemplar e que nunca tivera uma reclamação qualquer na função.

De acordo com o delegado, o caso ficará sob responsabilidade do 1º DP (Centro) da Capital, que herdará os laudos e o inquérito com a explanação do caso até aqui.

Será a equipe do 1º DP que deverá também ouvir formalmente o menino sobre o fato. Como a criança recebeu alta médicas do pronto-socorro particular da Santa Casa somente no fim da tarde desta quinta, não houve tempo hábil de colher seu depoimento.

Segundo o jornal Correio do Estado apurou, é a única ponta solta da investigação: descobrir a motivação para o menino levar a arma na escola. Testemunhas dão relatos diferentes e controversos. Uns alegam que o menino teria se envolvido em uma discussão com outros alunos. Outros, que ele não disse a ninguém sobre a pistola.

A assessoria de imprensa da Santa Casa informou que o estado de saúde da criança é bom. Apesar de passar a noite no hospital, o menino não precisou de cirurgia e foi feita apenas uma sutura nos locais feridos. A equipe médica recomendou que ele passasse a noite no hospital por ter recebido anestesia para o procedimento e para que ficasse em observação.