Hospital admite a situação, destacando que o caos é ainda mais grave pela falta de gestão em Saúde em Campo Grande.

Paciente com cirurgia infeccionada fica exposto no Pronto-Socorro por falta de leitos
Hospital admite a situação, destacando que o caos é ainda mais grave pela falta de gestão em Saúde em Campo Grande. / Foto: Reprodução/Repórter Top

Preocupada que o marido Ageu Aristimunha Ferreira Junior, de 52 anos, desenvolva um problema de saúde ainda maior, Luiza Aristimunha denunciou, nesta sexta-feira (16), ao TopMídiaNews, o problema de superlotação do HU (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Com cirurgia infeccionada, o homem está na unidade tomando medicação na entrada do Pronto-Socorro.

Ageu internou no hospital no dia 7 de novembro para fazer uma cirurgia de cateterismo, mas como não resolveu, fez uma nova cirurgia para colocar ponte de safena no dia 21, recebendo alta no dia 26.

Duas semanas depois, os pontos infeccionaram, sendo que um deles chegou a sangrar. Por conta disso, o paciente retornou ontem (15) ao HU para tomar antibióticos na veia, mas devido à superlotação, ficou instalado na entrada do Pronto-Socorro.

"O hospital está lotado e eles não arrumam um leito. Entendo que todos precisam de um espaço na unidade, mas o caso dele é mais grave por conta da infecção e abertura do ponto. O local propícia a contaminação e uma infecção mais séria devido à exposição do paciente", reclamou Luiza.

A mulher acredita que por ele ser pós-cirúrgico, deveria ficar em uma acomodação que não deixasse exposto a outras bactérias. "Acredito que o hospital deve mantê-lo em um local mais adequado, visto que ele não é um paciente que vai passar por atendimento para ficar ali na porta do Pronto-Socorro. No momento da visita, vi o local cheio de lixo, os médicos não passam para avaliar o paciente, mas quando a gente questiona, dizem que estão superlotados", continua.  

Resposta do hospital

A assessoria do HU alega que o Pronto-Socorro está com 39 pacientes na área verde (para 3 vagas), 8 pacientes na área amarela (para 8 vagas), 17 pacientes na área vermelha (para 6 vagas) e 12 pacientes no pronto atendimento pediátrico (para 8 vagas), sendo muitos destes pacientes em estado tão grave quanto do Sr Ageu.

"Compreendemos e nos solidarizamos com o paciente. Mas enquanto a Sesau continuar superlotando os hospitais, vamos atendendo os pacientes dentro das nossas possibilidades. A superlotação nos hospitais é problema de políticas públicas, dos governos federais, estaduais e municipais destinarem mais recursos para os hospitais, de abrirem mais leitos e especialidades médicas nas cidades do interior para que os pacientes não tenham que ser enviados para a Capital, de ampliar os programas de atendimentos domiciliares, para que os pacientes em estado menos crítico possam desocupar leitos de hospitais, aumentando a rotatividade desses leitos", respondeu a assessoria.