A decisão de Stoltenberg foi criticada pelo assessor da presidência da Ucrânia, Mikhailo Podolyak.

Otan não aceita pedido de Zelensky e descarta mandar aviões militares para a Ucrânia
A decisão de Stoltenberg foi criticada pelo assessor da presidência da Ucrânia, Mikhailo Podolyak. / Foto: OLIVIER DOULIERY / POOL / AFP

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, descartou nesta sexta-feira, 4, o pedido de Volodymyr Zelensky para bloquear o espaço aéreo ucraniano para evitar que haja ataques russos pelo céu, fazendo com que eles diminuam a vantagem que a Rússia possui por ter muito mais aviões de combate do que a Ucrânia. “Os aliados concordaram que não devemos ter aviões no espaço aéreo da Ucrânia, nem tropas da Otan no território da Ucrânia”, disse Stoltenberg em resposta ao pedido do presidente ucraniano para que os países do ocidente enviem aviões militares.

Em explicação a sua decisão, Stoltenberg disse que a única forma para fechar o espaço aéreo da Ucrânia seria por meio de aviões de combate da Otan, que teriam que derrubar aviões russos e, se fizerem isso, o conflito entre os dois países vai se estender em uma guerra total em toda a Europa. “Envolveria muitos outros países e causaria muito sofrimento humano”, declarou o secretário-geral da Otan. Em resposta a esse declínio ao pedido de Zelensky, Stoltenberg disse que vão reforçar as suas sanções e que vão continuar apoiando a Ucrânia, entretanto, sem envolver forças da Otan diretamente no conflito, “nem em seu território ou seu espaço”.

A decisão de Stoltenberg foi criticada pelo assessor da presidência da Ucrânia, Mikhailo Podolyak, durante uma entrevista coletiva para falar sobre os detalhes da segunda rodada de negociações que aconteceu na quinta-feira, 3. Durante sua fala, ele questionou: “quantas crianças vão ter que morrer? A Ucrânia está pagando o preço maior que alguém deveria pagar”. Mas também falou que acredita em uma possível reversão da decisão, pois no começo da guerra os países da Otan falaram que não mandariam armas para que os ucranianos pudessem lutar na guerra, mas, com o avanço, eles mudaram o posicionamento. “A zona de exclusão vai ajudar a parar os ataques, principalmente a civis e mudar essa zona de guerra”, declarou Podolyak.