
O acúmulo de mesas, cadeiras e armários em terreno da Semed (Secretaria Municipal de Educação) tem preocupado moradores da Rua Ayrton Silva Leite, no Jardim Autonomista, região Norte de Campo Grande, que denunciam a existência de focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Quem mora por lá relata sofrimento com casos de dengue e a preocupação de que a doença atinja idosos e crianças.
A denúncia já foi feita ao Poder Público, dizem moradores, mas até agora nenhuma providência foi tomada. A Prefeitura de Campo Grande garante que o entulho recebe borrifação duas vezes por semana para evitar infestação do Aedes aegypti, mas quem mora por ali contesta a informação.
O médico Isaías Pereira, 65, ex-secretário estadual de Saúde, conta que se sente desrespeitado. Ele mora na Rua Ayrton Silva Leite e viu o filho e a empregada pegarem dengue.
Segundo Pereira, filho entrou no depósito e fez fotos para denunciar a situação e constatar que existem criadouros do Aedes aegypti. "É muito mosquito por metro quadrado", diz ele.
Igor Pereira da Costa, filho do médico, disse que entende os problemas enfrentados pela Prefeitura, mas não vê justificativa para que nada seja feito. “Não há motivos para essa omissão, pois o terreno é da própria secretaria”, apontou.
“O poder público tem que fazer a sua parte”, conclui. Diante do que considera ineficácia da prefeitura, o morador decidiu entrar em contato com o MPE (Ministério Público Estadual) para denunciar a situação.
O vizinho de Isaias e Igor, Hamilton Queiroz de Castro, 55, diz que agentes de saúde visitam as casas frequentemente, mas nenhuma providência em relação ao terreno é tomada. Segundo ele, a situação se arrasta desde dezembro e, para acabar com os casos de dengue na rua, só há uma saída. “Tirar urgente essas cadeiras velhas, esses entulhos”, aponta.
O depósito da Semed compreende as ruas Onicieto Severo Monteiro, Ayrton Silva Leite e Laura Carrara. A Rua Ayrton Silva Leite tem apenas 12 casas e não há uma sujeira sequer espalhada na via, o que denota que os moradores fazem o "dever de casa".
O incômodo com o depósito de materiais velhos da Semed não incomoda somente os moradores mais antigos. Assim que mudou para a rua, a fisioterapeuta Gabriela, 30, foi alertada do problema pelos vizinhos, e vive preocupação constante, pois na casa onde mora há duas crianças, uma de dois anos e outra de seis. Ela aponta outro problema: a presença de ratos, escorpiões, e claro, o mosquito Aedes aegypit.
A preocupação em ficar doente não fica restrita a moradores do local. É o caso do construtor José Ednaldo de Lima, que estava na rua a trabalho. “Na minha casa limpamos o terreno, daí chega aqui e tem esse lixo aí”, relatou.
Na rua ao lado, a Autonomista, o problema é o mesmo, pois o depósito da Semed alcança mais duas quadras. A família do representante comercial Reneu Luis Leidens, 48, vive a base de repelente, segundo ele, pois tem criança em casa.
A assessoria da Prefeitura Municipal de Campo Grande informou que o material acumulado no depósito vai a leilão e por isso não foi descartado. O montante contém materiais da Semed e também da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
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