Órgão eleitoral oficializa reeleição de Ortega como presidente da Nicarágua
Daniel Ortega foi reeleito presidente da Nicarágua com 72,5% dos votos válidos. / Foto: EFE/Jorge Torres

O Conselho Supremo Eleitoral (CSE) oficializou nesta segunda-feira a reeleição do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que venceu o pleito realizado no domingo com 72,5% dos votos válidos e terá como vice-presidente sua esposa, Rosario Murillo.

Ortega havia garantido esse percentual com 99,8% da apuração concluída, contra 15% de seu principal concorrente, o ex-guerrilheiro "Contra" Maximino Rodríguez, da aliança opositora Partido Liberal Constitucionalista (PLC), segundo o CSE.

De acordo com os dados oficiais, Ortega recebeu 1.803.944 votos, enquanto Rodríguez obteve o apoio de 373.230 eleitores.

Em terceiro lugar ficou o pecuarista José del Carmen Alvarado, do Partido Liberal Independente (PLI), com 4,5%, segundo o relatório provisório lido pelo presidente do CSE, Roberto Rivas.

Antes da leitura destes primeiros resultados, ontem à noite, milhares de simpatizantes de Ortega e Murillo saíram às ruas e praças de Manágua para comemorar antecipadamente a vitória nas urnas em um pleito marcado pelo alto número de abstenções - 42,8% do eleitorado.

Ortega era o grande favorito para conseguir seu quarto mandato e terceiro consecutivo em processo questionado tanto pela ausência do principal bloco opositor como de observadores internacionais.

Líderes da Frente Ampla Democrática (FAD), a maior coalizão opositora do país, declararam que não vão reconhecer os resultados do que chamaram de "farsa eleitoral e fraude constitucional".

O principal bloco de oposição para estas eleições seria a Coalizão Nacional pela Democracia, que foi anulada após decisões judiciais e se dividiu entre as coligações FAD e Cidadãos pela Liberdade.

A FAD que mais de 70% da população não exerceu o direito ao voto e, dessa forma, expressou seu total "repúdio ao projeto de partido único de Ortega e sua família". Além disso, exigiu a realização de eleições livres e transparentes, porque as deste domingo "são ilegais".

A autoridade eleitoral minimizou a posição desse grupo, argumentando que o nível de participação foi de 68,2% dos cidadãos que estavam habilitados a votar, e o chamou de "inimigo da democracia".

Mais de 4,3 milhões de nicaraguenses estavam convocados para ir às urnas no domingo para eleger um presidente, um vice-presidente, 90 deputados para a Assembleia Nacional e 20 representantes para o Parlamento Centro-Americano.