MPMS garante que participará ativamente de investigações e processamento dos responsáveis.

Operações de MS vão à “caça” dos fugitivos de manifestação Brasília
/ Foto: Marcos Maluf

Presença maciça de moradores de Mato Grosso do Sul nos atos extremistas no dia 8 de janeiro, em Brasília, faz com que as forças de segurança estadual realizem operações para prender envolvidos que conseguiram retornar para o Estado. 

A informação é de que, ao menos, 127 sul-mato-grossenses foram transferidos para as penitenciárias do Distrito Federal. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do DF, as pessoas presas nos atos de invasão e depredação na Praça dos Três Poderes foram transferidas para o Centro de Detenção Provisória II, no Complexo Penitenciário da Papuda, e para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal. Conforme a última atualização, 763 pessoas já estão nos presídios. 

Entretanto, o montante de moradores do Estado que estavam na capital federal é bem maior. Isso porque, além dos presos, 80 manifestantes, sendo 24 de Campo Grande, que também estavam detidos na Academia Nacional de Polícia, foram liberados pela Polícia Federal por questões humanitárias, em geral idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças. 

No entanto, as informações que envolvem ações de PF, Ministério Público e Polícia Civil apontam para mais pessoas que participaram dos atos extremistas, mas que conseguiram fugir. Somente o canal, criado pelo MPF (Ministério Público Federal) para denúncia de suspeitos, já recebeu mais de 30 mil denúncias.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) liberou um espaço para as denúncias, que pode ser acessado por meio da Sala de Atendimento ao Cidadão, que é um dos aplicativos do ministério, e outro meio para a realização de denúncias é o e-mail: denuncia@ mj.gov.br. 

O trabalho conjunto das forças de segurança, inclusive, identificou uma mobilização nacional que ocorreu no fim da tarde de ontem (11) em todas as capitais do país. Em Campo Grande, o ato foi realizado nos altos da Avenida Afonso Pena.  

Ministério Público de Mato Grosso do Sul 

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), de acordo com o que foi publicado no site e confirmado pelo procurador-geral, Alexandre Magno Benites de Lacerda, participará ativamente das investigações e do processamento dos responsáveis pelos atos realizados em prédios dos três Poderes, em Brasília, no último domingo (8). 

“O MPMS, por intermédio da PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça), do Gaeco e de seus membros, no exercício de seu mister, participará ativamente nas investigações e processamento dos responsáveis que tiveram participação no citado episódio e que sejam oriundos de Mato Grosso do Sul, a fim de responsabilizá-los criminalmente e coibir com firmeza atos que ainda insistam em desrespeitar os mandamentos constitucionais e legais e promover ataques ao Estado Democrático de Direito”, garante o procurador.

O MPMS informou ainda que também auxiliará o governo estadual no cumprimento e acompanhamento da recente decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para evitar reiteração criminosa, em relação a ação de desocupação dos acampamentos da Avenida Duque de Caxias, na frente do CMO (Comando Militar do Oeste), na Capital.

A decisão do Ministro Alexandre de Moraes, que deu prazo de 24 horas para desmonte dos acampamentos existentes em frente dos quartéis de todo o país, foi proferida ainda no domingo, no âmbito do Inquérito nº 4.879 do Distrito Federal. Vale ressaltar, conforme matéria publicada na edição de ontem, que a ordem foi cumprida em Mato Grosso do Sul. O prazo para retirada dos restos dos acampamentos que ainda estavam no CMO acabou às 12h da última terça-feira (10) e nesse horário o local já estava desocupado.