A Polícia Federal deflagrou a Operação Narco Bet, desmantelando uma rede de lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas, com apoio da polícia alemã.

Ação ocorre em quatro estados e contou com apoio da polícia alemã; grupo usava apostas eletrônicas e criptomoedas para ocultar dinheiro do narcotráfico.
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Narco Bet, voltada a desmantelar uma rede de lavagem de dinheiro vinculada ao tráfico internacional de drogas. A ação, considerada um desdobramento da Operação Narco Vela, mobiliza agentes em quatro estados brasileiros e resultou no bloqueio de mais de R$ 630 milhões em bens e valores.
Agentes da Polícia Federal
A ofensiva contou com a cooperação da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), que prendeu um dos principais investigados em território alemão. Segundo os investigadores, o grupo atuava em diversos países e movimentava grandes quantias por meio de um complexo sistema financeiro paralelo.
Esquema usava criptomoedas e apostas on-line
De acordo com a PF, a organização criminosa empregava mecanismos sofisticados para disfarçar a origem ilícita dos recursos. As operações incluíam o uso de criptomoedas, contas em paraísos fiscais e transações internacionais feitas por meio de empresas de fachada.
Parte significativa do dinheiro obtido com o tráfico teria sido canalizada para o setor de apostas eletrônicas — conhecido no mercado como BETS —, que vem crescendo rapidamente no Brasil. A polícia acredita que o grupo utilizava essas plataformas para dar aparência de legalidade aos lucros do narcotráfico, reinserindo o capital no sistema financeiro com aparência de renda lícita.
As investigações também revelaram conexões entre os líderes da quadrilha e operadores financeiros que atuavam no transporte de drogas por via marítima. Essa ligação motivou o nome da operação, em referência direta à Narco Vela, que havia identificado rotas internacionais de entorpecentes partindo do litoral brasileiro.
Prisões e mandados em quatro Estados
Ao todo, a Justiça Federal autorizou 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão nos Estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. As ações visam atingir os núcleos logísticos e financeiros da organização criminosa.
Além das prisões, foi determinado o bloqueio de ativos superiores a R$ 630 milhões, incluindo imóveis, veículos de luxo, contas bancárias e investimentos em criptomoedas. A medida, segundo a PF, busca enfraquecer financeiramente o grupo e garantir a reparação de eventuais danos causados ao Estado.
Atuação transnacional e crimes investigados
Os suspeitos poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e tráfico transnacional de drogas. As autoridades não descartam o envolvimento de intermediários estrangeiros responsáveis por movimentar recursos entre o Brasil e a Europa.
A Polícia Federal destacou a importância da cooperação internacional com o BKA para localizar e prender um dos principais alvos da operação, que mantinha vínculos diretos com fornecedores de drogas e operadores financeiros na América do Sul e na Europa.
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