Pelo menos cinco policiais militares prestaram depoimento na tarde desta quarta-feira (23) ao Gaeco

Operação cumpriu mandados e ouviu depoimentos nesta quarta, diz Gaeco

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) afirma que já cumpriu 2 mandados de busca e apreensão em Campo Grande em nova fase da operação Oiketicus. Conforme o MPE-MS (Ministério Público o Estadual), os mandados pertencem a uma mesma pessoa, todos localizados em Campo Grande.

Pelo menos cinco policiais militares prestaram depoimento na tarde desta quarta-feira (23) ao Gaeco. A operação apura o envolvimento de integrantes da segurança pública estadual com a Máfia do Cigarro. As oitivas envolvem pedidos de informações sobre interceptações telefônicas e ouras provas recolhidas na primeira fase da ação.

O MPE-MS afirma que foram apreendidos ainda documentos, celular, joias e demais objetos de interesse da investigação. O advogado Edmar Soares, que defende 15 dos presos na Oiketicus, acompanhava nesta tarde um cabo e um aluno do curso de Sargento da PM que não estão entre os detidos. Segundo ele, o Gaeco cumpriu nesta quarta cerca de “30 autos de apreensão e materiais variados, a maioria deles ligados às escutas telefônicas”.

Soares disse que, entre os ouvidos, o teor dos depoimentos abrangeu telefonemas, agendas e outros documentos recolhidos. Ele reiterou que seus clientes negaram envolvimento nos fatos apurados. “Eles (investigadores) entenderam que algumas ligações telefônicas deixaram indícios, mas nos autos não há provas de que meus clientes cometeram delitos”, emendou o advogado.

Oiketicus – A operação Oiketicus –nome científico do bicho-cigarreiro– foi deflagrada há cerca de uma semana com objetivo de investigar a atuação de policiais militares, incluindo oficiais, que favoreciam contrabandistas ao longo da fronteira com o Paraguai. Foram cumpridos 21 mandados de prisão, 20 deles contra PMs.

Segundo as apurações, policiais de patentes mais altas ou de posição de destaque no esquema usavam de influência para abrir caminho para os contrabandistas. Em troca, recebiam propinas que variavam de R$ 500 a R$ 600 semanais a R$ 100 mil mensais –caso dos “cabeças”.

As apurações dividiram o esquema em duas frentes criminosas. A primeira agia na região de Bela Vista, Bonito, Guia Lopes da Laguna e Jardim, incluindo unidades no distritos de Alto Caracol e Boqueirão, estratégicos para a entrada de cigarros paraguaios no Brasil.
O segundo núcleo abrangia as cidades de Dourados, Maracaju, Mundo Novo, Naviraí, Iguatemi, Japorã e Eldorado.