OMS: Brasil precisa reforçar leis sobre limite de velocidade no trânsito
O Brasil precisa melhorar a legislação sobre velocidade. / Foto: Arne Hoel / Banco Mundial

País registra em média 41 mil mortes por ano devido a acidentes nas rodovias; relatório destaca que entre as 10 nações mais populosas do mundo, o Brasil tem boas leis sobre quatro dos cinco fatores de risco.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgou esta segunda-feira o relatório "Situação Global sobre Segurança Rodoviária 2015". Por ano, cerca de 1.25 milhão de pessoas morrem no mundo em acidentes de trânsito.

Entre as vítimas, 23% são motociclistas, 22% são pedestres e 4% são ciclistas. A África é a região do mundo com o maior volume de acidentes e a Europa tem os índices mais baixos.

Leis

Enquanto o número de veículos em circulação aumenta, o total de mortes nas estradas parece estabilizar. Nos últimos três anos, o número de fatalidades diminuiu em 79 países, mas aumentou em 68.

As nações que tiveram mais sucesso em reduzir o total de mortes no trânsito foram aquelas que melhoraram sua legislação e tornaram suas estradas e veículos mais seguros.

Fatores de Risco

Para a diretora da OMS, Margaret Chan, o mundo segue na direção certa, mas o ritmo da mudança ainda é devagar.

O relatório traz uma análise das leis nos 10 países mais populosos do mundo, incluindo China, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Brasil.

Nenhum cumpre os critérios de melhores práticas em todos os cinco fatores de risco para acidentes: velocidade, beber ao dirigir, uso de capacete, uso de cinto de segurança e transporte de crianças.

Brasil

Entre os 10 países, o Brasil é o único que na avaliação da OMS tem boas leis sobre quatro dos fatores, mas precisa melhorar a legislação sobre velocidade.

Segundo a agência da ONU, apenas 47 países do mundo tem boas leis obrigando que o limite de velocidade seja de 50km/h.

Em 2013, o Brasil registrou mais de 41 mil mortes por acidentes de trânsito, mas a OMS calcula que o número de vítimas possa ser maior, cerca de 46 mil. A cada 100 mil habitantes, o índice de mortes nas estradas brasileiras é de 23.4.
Transporte Público

Ao lançar o relatório, a OMS pede aos governos que repensem suas políticas de transporte público e garantam que ciclistas e pedestres tenham segurança ao circular.

O documento é o terceiro de uma série sobre a Década de Ação para Segurança nas Estradas (2011-2020) e é divulgado em linha com os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que inclui metas sobre segurança rodoviária.

A segunda Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança Rodoviária ocorre em Brasília nos dias 18 e 19 de novembro.