Joanna Harper, pesquisadora que assessora o Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre atletas transgêneros, ela mesma uma corredora trans de longa distância, diz que é possível tornar o esporte justo para todos.

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Sua jornada começou quando Joanna, então com 6 anos, vivendo em uma pequena cidade no Canadá, perguntou a um amigo se ele gostaria de tentar viver como uma menina. A reação de choque e escárni, bastou para que ela nunca mais fizesse aquela pergunta a ninguém.
Ela soube desde cedo que era diferente. Uma menina no corpo de um menino era assim que Joana se via, uma "canhota em um mundo construído para pessoas destras", em suas próprias palavras.
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Brincava com as coisas da irmã e gostava de roupas femininas, mas naquela época diz que não conseguia entender sua própria identidade. Afinal, quem poderia dar conselhos a Joanna sobre identidade de gênero naquele tempo? Quem, especialmente, na minúscula cidade de Parry Sound, em Ontário, onde morava, cerca de 150 km ao norte de Ontário, Canadá?

Então, Harper guardou esses pensamentos para si mesma e se distraiu com esportes. A corrida passou a fazer parte da sua vida. Ela corria todos os dias, duas vezes por dia.