Profissionais da educação continuam a comandar as unidades.

Oficiais da reserva vão para escolas militarizadas
As obras na Escola Professor Tito ainda não foram concluídas, mas devem ser finalizadas a tempo, diz a SED. / Foto: Divulgação

Oficiais da reserva da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) e do Corpo de Bombeiros (CBMMS) vão se juntar aos agentes da ativa para atuar nas escolas cívico-militares de Campo Grande. As aulas nas duas unidades e na Rede Estadual de Ensino (REE) começam na quarta-feira (19).

Até agora, ambas as corporações ainda não definiram os profissionais para integrar as equipes que vão atuar nas escolas Alberto Elpídio Ferreira Dias (Prof. Tito), no Jardim Anache e Marçal de Souza Tupã-Y, no Jardim Los Angeles. Na semana passada, membros militares do Núcleo das Escolas Cívico-Militares (Necim), da Secretaria de Estado de Educação (SED), participaram de capacitação do Ministério da Educação (MEC) em Porto Alegre (RS).

Na unidade do Jardim Anache, trabalharão militares do Corpo de Bombeiros e na escola do Los Angeles, serão oficiais da PMMS que vão atuar em conjunto com a direção e coordenação. Portanto, o comando das escolas segue com os profissionais da educação.

Há várias semanas, o Necim vem se reunindo com militares para fazer o planejamento da primeira semana de aula nas escolas. Já está sendo definida a agenda da primeira reunião de pais e responsáveis, que terá presença obrigatória.

No primeiro encontro, os familiares serão orientandos sobre o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), o acompanhamento dos filhos nas escolas, além dos horários de aula, usos de uniforme, tarefas, entre outros. A SED ainda deverá capacitar os servidores administrativos.

O grupo de trabalho do programa já definiu que fará avaliações periódicas para identificar dificuldades que os alunos possam ter. “Essa avaliação irá demonstrar aos gestores e coordenadores pedagógicos o nível de aprendizado dos estudantes e a elaboração de um plano de intervenção aos estudantes com dificuldades de aprendizagem ou defasagem no aprendizado”, explicou a coordenadora do Necim, Eliana Soares. A professora foi uma das educadoras que participou de capacitação do MEC, em Brasília (DF). Ela ajuda na implantação do Pecim no Estado.

Nos primeiros meses, os alunos continuarão usando o uniforme da REE, até que o governo finalize licitação para vestuários próprio dessas escolas, como prevê o programa do MEC. A SED não deu prazo, mas informou ao Correio do Estado que o certame deve ser lançado ainda neste mês. As obras na escola Professor Tito, que deveriam terminar em janeiro, vão ser concluídas a tempo do início das aulas, garantiu a pasta.

ACOMPANHAMENTO

As famílias dos alunos das duas escolas cívico-militares de Campo Grande serão peça-chave no funcionamento das instituições, como noticiou o Correio do Estado no mês passado. Além de participar das reuniões, os pais ou responsáveis deverão ir a encontros da comunidade escolar.

Com a entrada dos militares nas escolas, os educadores podem focar na gestão. “O que acontece hoje é que a direção e a coordenação das escolas trabalha muito em função da correção disciplinar dos estudantes e os outros serviços da escola vão ficando para trás. Com esse apoio dos oficiais do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, nosso trabalho será mais voltado à questão administrativa e pedagógica, porque a questão disciplinar esses oficiais vão tomar conta”, afirmou na época a então diretora da escola Professor Tito, Eliana Soares.

No calendário escolar, estão previstos quatro sábados que a família dos alunos deverão comparecer na escola. “A família vai ter que acompanhar esse estudante. No momento da matrícula, se assina um termo se comprometendo a acompanhar o aluno e comparecer quando for chamado”, explicou Eliana.

Com esse vínculo, os educadores esperam diminuir a evasão escolar - quando o aluno, por qualquer motivo, deixa de ir à escola. “O objetivo macro é o aprendizado do estudante e diminuir a evasão. Precisamos resgatar esses meninos, para que a escola seja interessante para eles”, disse.

As disciplinas do currículo comum, como Língua Portuguesa e Matemática, serão mantidas e ministradas por professores da SED. Os militares vão contribuir em outras atividades. Entre as matérias eletivas, que o estudante pode escolher seguir, está a Educação para a Cidadania.

São 54 as unidades que vão receber o Pecim em todo o Brasil neste ano, incluindo as duas do Estado. O MEC deve implementar mudanças em 216 colégios até 2023. MS, DF e outros 14 estados aderiram à primeira etapa.