Números do “Hoje em Dia” e “CQC” mostram que apresentador não faz milagre

“Hoje em Dia” e “CQC” não têm nada em comum, salvo por um detalhe. No final de 2014, Record e Band, insatisfeitas com os rumos de suas atrações, tomaram uma mesma decisão drástica: trocar os apresentadores dos programas.

No matinal da Record, caíram de uma só vez os três comandantes – Celso Zucatelli, Chris Flores e Edu Guedes. No semanal da Band, o corte atingiu dois dos três apresentadores – Marcelo Tas e Dani Calabresa (Marco Luque sobreviveu).

hojeemdia2015No início de 2015, como se sabe, o “Hoje em Dia” estreou um novo trio – Cesar Filho, Ana Hickmann e Renata Alves. Depois de dois meses com as novas caras, quem comemora é o SBT. A emissora de Silvio Santos acaba de divulgar que das 48 exibições realizadas com a nova formação, entre 12 de janeiro a 18 de março, o matinal da Record ficou com a vice-liderança apenas em três. Perdeu em 45 oportunidades para os desenhos do SBT. A audiência média do “Hoje em Dia'' neste período, 3,9 pontos, é idêntica à alcançada nos primeiros 48 programas de 2014.

O novo “CQC”, agora com Dan Stulbach e Rafael Corteza na bancada, estreou há duas semanas. O primeiro programa teve uma audiência medíocre – 3,8 pontos. Uma semana depois, a queda foi bem maior. O Ibope registrou apenas 2,2 pontos para o programa.

Ainda é cedo para conclusões, mas os números de audiência destes dois programas confirmam, até o momento, uma ideia já defendida aqui no blog. Trocar apresentador não é solução para todos os problemas.

De maneira semelhante a times de futebol, que trocam o técnico quanto o time está jogando mal, diretores de emissoras parecem alimentar uma grande ilusão sobre o poder dos apresentadores. Como se eles fossem capazes, apenas com seu charme e carisma, de transformar atrações capengas em campeões de audiência. O buraco, parece claro, é mais embaixo.