Segundo pesquisa divulgada dia (16), em São Paulo, pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), estudantes do sexo feminino são maioria no mercado, respondendo por 65% das vagas ocupadas, com taxa de contratação de 30%.

Número de estagiários no país cresce 23,8% no primeiro trimestre
A aprendizagem, modalidade de trabalho para jovens entre 14 e 24 anos, com maioria formada no ensino médio, apresentou alta de 39,5%. / Foto: Imagem de Arquivo/Agência Brasil

O número de estagiários no país cresceu de 466.157 no primeiro trimestre do ano passado para 576.983 no mesmo período deste ano, uma alta de 23,8%.

Segundo pesquisa divulgada dia (16), em São Paulo, pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), estudantes do sexo feminino são maioria no mercado, respondendo por 65% das vagas ocupadas, com taxa de contratação de 30%.

A aprendizagem, outra modalidade de trabalho, voltada para jovens entre 14 e 24 anos, sendo a maioria (68.8%) formada no ensino médio, apresentou alta de 39,5%, passando de 109.966 postos no primeiro trimestre de 2018 para 153.452 no mesmo período neste ano.

Entre os aprendizes, o índice de contratação é de 25%.

O superintendente do CIEE Humberto Casagrande Neto destacou que 27% da população com até 24 anos está sem emprego no país.

"O jovem é sempre demitido em primeiro lugar, e é contratado mais tarde", disse. Segundo ele, aumentar a qualidade e a formação dos jovens é primordial. "A produtividade da economia brasileira é uma das menores do mundo.

Até os argentinos estão acima. Os programas de estágio tem tudo a ver com a melhora da produtividade, essa pauta também está aqui", completou.

Casagrande Neto também defendeu a proposta da Carteira de Trabalho Verde e Amarela, que, segundo ele, pretende desburocratizar as relações trabalhistas.

"Não conflita [com o estágio e a aprendizagem]. Vejo com bons olhos, como cidadão, como entidade. Não vejo que vá trazer problemas, não vejo concorrência. Isso vai trazer mais emprego, mais oferta", disse.

Dados
O estudo mostrou que a média de estagiários por empresa é de 3,06 no Centro Oeste e no Distrito Federal; de 3,84 na Grande São Paulo; de 3,24 no Nordeste; de 3,67 no Norte; de 3,71 no leste do interior paulista; e de 3,38 no oeste do interior paulista.

O tempo médio de duração de cada estágio varia de 6,7 meses no Centro-Oeste a 7,9 meses na Grande São Paulo.

Os cursos com maior número de estagiários no país são administração, pedagogia, direito, ciências contábeis, engenharia civil e engenharia de produção, nessa ordem.

No último trimestre, os cursos que mais abriram vagas foram direito, pedagogia, administração, ciências contábeis, educação física e área de Tecnologia da Informação.

Processo seletivo
Segundo o superintendente de operações do CIEE, Marcelo Gallo, os principais requisitos que as empresas exigem dos estagiários são conhecimentos em informática (excel, word, power point e windows) e o domínio do inglês.

Os traços comportamentais, no entanto, são os diferenciais mais observados durante um processo seletivo, sendo valorizados os trabalhos em equipe, a versatilidade, a boa comunicação e a facilidade para lidar com adversidades.

"A empresa pode oferecer os cursos, mas os aspectos comportamentais são mais difíceis de moldar na pessoa."

Uma chance para quem busca oportunidades de trabalho é a realização da 22ª edição da Expo CIEE, em São Paulo, que neste ano oferecerá 9 mil vagas para estágios e aprendizagem.

O evento ocorrerá entre os dias 23 a 25 de maio, na Bienal do Parque Ibirapuera.