No TJ, Olarte diz que não tem necessidade de trocar chequinho de R$ 500

Na ação em que aparece como réu sob acusação de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, fruto de uma denúncia feita pelo MPE (Ministério Público Estadual) e acatada pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o vice-prefeito afastado, Gilmar Olarte, voltou a negar que tenha relação com os cheques obtidos por seu ex-assessor Ronan Feitosa de Lima.

Durante seu depoimento no TJ, Olarte citou a fala de uma das testemunhas de acusação de que ele teria pego um cheque no valor de R$ 500. “Não tenho necessidade de trocar chequinho”, afirmou o ex-vice-prefeito.

Aos desembargadores, Olarte contou que não tinha conhecimento dos fatos até que os credores, supostos agiotas e outras pessoas, começaram a lhe procurar para falar sobre o assunto.  Diante das denúncias contra Ronan, ele teria solicitado sua exoneração do cargo que ocupava na Prefeitura, mas não foi atendido por Alcides Bernal (PP).

Olarte revelou que Ronan tinha feito compromissos de campanha e que nunca viu seu ex-assessor receber cheques, inclusive revelou que não conhecia alguns dos credores, como Salem Pereira, apontado como um dos agiotas da operação.

O ex-vice-prefeito afastado também negou que tenha oferecido vantagens ou cargos às pessoas que cobravam seu ex-assessor, e que só interferiu na história porque a mãe de Ronan era membro de sua igreja e temia pela família da mulher que começou a receber ameaças.

Pastor da Adna também, Ronan, disse Olarte, chegou a ser afastado da igreja e voltou na época da campanha em 2012.

“Não existem provas. Há um interesse de tentar me incriminar ou fazer pagar contas que não eram minhas. Foram tantas coisas que falaram de mim, que poderia entrar com cinco mil processos. O tempo vai mostrar quem é quem”, disse o ex-vice-prefeito.

Olarte disse que, na condição de pastor, se comoveu com os relatos de ameaças com membros de sua igreja e tentava ganhar tempo com os agiotas para entender ‘ o que se passava’.

O outro acusado, Luiz Marcio Feliciano, foi representado no depoimento por sua esposa, pois afirmou não ter condições de depor. A mulher negou as acusações e disse apenas que trabalhou na prefeitura por indicação de Gilmar Olarte, mas que a camionete em nome de seu marido usada por Olarte era apenas ‘emprestada’ ocasionalmente para o pastor.

Segundo a Côrte, o processo agora segue para ritos finais de defesa e acusação, antes de seguir para o relatório final do relator, para então ser analisado pelos seis desembargadores que compõe a mesa de julgamento.