Natália solta o braço, freia ânimo da Tailândia, e Brasil larga bem nas finais
Natália foi o grande nome da partida / Foto: divulgação/FIVB

Diante de um ginásio lotado, ares de megaprodução em Bangcoc. Enquanto as meninas aqueciam em quadra, astros da música tailandesa deixavam a torcida ainda mais empolgada. O barulho, então, preencheu cada espaço do estádio Huamark. A equipe da casa foi no embalo. Quis esquecer que enfrentava as bicampeãs olímpicas e tentou se impor. Aos poucos, porém, a qualidade falou ainda mais alto. A equipe do técnico José Roberto Guimarães venceu o baque inicial e largou bem na fase final do Grand Prix. Com atuação precisa de Natália, o time superou a Tailândia por 3 sets a 0, parciais 26/25, 25/16 e 25/11.

Na outra partida desta quarta, os EUA venceram a Holanda por 3 sets a 0, parciais 25/21, 25/17 e 25/23, pelo grupo K. Nesta quinta, a seleção volta à quadra para enfrentar a Rússia, ás 8h, com transmissão do SporTV e cobertura em Tempo Real do GloboEsporte.com.

Natália saiu de quadra como a melhor jogadora do Brasil. Bem no passe, brilhou no ataque: foram 23 pontos no total. Sheilla e Fê Garay, com 10 pontos cada, também foram bem. Do outro lado, Ajcharaporn, com 12 pontos, e Pleumjit, com 10, foram os maiores destaques.

- Agora, numa final, eles deram uma caprichada a mais nelas. O ginásio sempre lotado, fazem muito barulho. E isso faz com que elas se empolguem, né. Também tem um pouco de ansiedade, mas, depois que encaixamos bem com o jogo delas, naquele estilo asiático, mexendo para lá para cá, começamos a melhorar. Agora é virar a página, de um jogo para o outro - disse Natália.

O jogo

O barulho beirava o insuportável. Diante de um ginásio lotado, as meninas da seleção precisavam, também, jogar contra uma torcida empolgada. Na primeira tentativa, Thaísa resolveu na pancada. Um golpe de Sheilla, um bloqueio duplo de Fabiana e Natália, uma ajuda da sorte em saque de Fernanda Garay: as brasileiras pontuavam, mas nada parecia tirar o ânimo do público tailandês. Em quadra, o time da casa se esforçava. Buscava cada bola, dificultava a vida das brasileiras e mostrava não ser um time tão frágil assim. Mas, na qualidade de suas jogadoras, o Brasil foi para o primeiro tempo técnico em vantagem: 8/5.

O Brasil chegou a dar a impressão de que logo iria se impor. A Tailândia, porém, também tinha seus momentos de brilho, como ao parar a gigante Thaísa com um bloqueio pelo meio. A diferença, que chegou a ser de seis pontos, caiu para apenas um depois de falha defensiva da seleção brasileira (14/13). Mas era um jogo equilibrado. As brasileiras chegaram a abrir vantagem uma vez mais, mas viram as rivais crescerem. Zé tentou a inversão 5 por 1, mandando Roberta e Gabi, jogando como oposta, para a quadra. A Tailândia, porém, não desanimou. Chegou a virar, mas viu o árbitro voltar atrás na marcação após desafio do técnico brasileiro, que não viu toque na rede do bloqueio. Fê Garay, então, definiu o set: 26/24.

Um bom saque de Dani Lins abriu a contagem e indicou um set mais tranquilo. Nem tão simples assim. As tailandesas mostravam muita força na defesa e um ataque rápido. Ameaçavam encostar quando Fernanda Garay manteve a seleção na dianteira no primeiro tempo técnico (8/5). A seleção dominava, mas também errava. Ap[os recepção ruim do outro lado, a bola voltou tranquila para o lado brasileiro. A defesa, porém, bateu cabeça, e Zé entrou no desespero.

Ajacharaporn e Pleujmit davam trabalho. Mas, apesar dos esforços da casa, as meninas do Brasil tinham qualidade. Aos poucos, a bola encaixou melhor, e a seleção conseguiu se impor. Zé chegou a colocar Jaqueline em quadra, para sacar. Sem sustos no fim, a equipe fechou a parcial em 25/16.

No terceiro set, uma aula. Nada parecia parar a equipe brasileira. Sem forças, a Tailândia apenas assistia. Natália, inspirada, ditava o ritmo da seleção. Ao construir o placar com soberania, o Brasil não deu mais espaço para sustos. Sem muitos problemas, fechou a partida em 25/11.