Muitos idosos curtem o final da tarde e parte da noite para tomar ‘aquela gelada’ e por a conversa em dia



Nosso ‘rolê’ pelos bairros da região sul de Campo Grande continuou para mostrar a rotina em bares que movimentam a economia e reúne muitos clientes assíduos. Enquanto muitos estabelecimentos estão fechados no início da manhã, encontramos outro que estava funcionando e com clientes no local bem cedo.

Depois de passarmos pelo “Bar dos Assunção”, na Rua Evelina Selingard, encontramos o bar do Givanildo, que fica na Rua Lúcia Santos, no Lageado. Ou melhor, bar e mercearia, viu! “Temos vários itens para o pessoal preparar uma boa comida em casa também. Tem arroz, feijão, macarrão, óleo e outros produtos. Mas geralmente vendemos bem mais as bebidas”, resumiu Givanildo Oliveira, o dono do estabelecimento.

Ele comanda o local há 5 anos. Porém, já atuou em bares na Capital há mais de duas décadas. Movimento maior por ali é no final da tarde e segue até por volta das 22h. “É geralmente o pessoal que sai do trabalho, tem muito idoso também aqui, cliente nosso, que gosta de tomar uma cervejinha e jogar um bilhar”.

Givanildo é quem comando o bar dos amigos por ali (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)
Entre esses idosos, encontramos um que vai completar 85 anos, com ótima saúde e muito bem-humorado, sr. Eloy Melgar. Inclusive, chegamos no momento que ele abria mais uma lata de cerveja. “Esta tá trincando! O senhor tá servido?”, me perguntou o simpático idoso. Gentilmente, respondi que gostaria muito, mas o horário de trabalho não permitia.


 

Como em todo bar, rolou prosa boa e com muitas risadas, principalmente quando falou que o ‘”negócio dele tava espichando”. Calma pessoal! Na verdade, ele se referia ao próprio nariz e caiu na risada. E, para não perder a piada, disse que parecia o nariz do apresentador Ratinho, e ele então soltou uma gargalhada maior ainda.

Morador há mais de 30 anos na região, Eloy hoje é aposentado. Trabalhou por vários anos como taxista e também já foi lavador de automóveis, entre outras profissões. Foi casado duas vezes oficialmente. “Mas fiquei viúvo duas vezes! Fazer o que, né? Deus as levou e eu vou continuando por aqui”.

Eloy Melgar vai completar 85 anos e sempre toma aquela gelada com os amigos (Foto: Henrique Arakaki, Midiamax)
Tem muita gente passando da ‘conta’?
Voltando ao ‘patrão’ do pedaço, ao dono do bar. Meio tímido, Givanildo se esforçou para rir também na mesma intensidade que o cliente, e também falou como é a movimentação por ali. Será que tem muito ‘pinguço’ na área que passa da conta? “Não, aqui é raro alguém beber até cair. Por aqui, temos mais amigos que costumam vir sempre e cada um vai para casa numa boa”.

E quando pergunto se a movimentação diária e aos finais de semana no bar dá uma boa renda, recebo com resposta: “movimento é assim, vai comprando, vendendo, ganhando um pouquinho. A gente vai, compra, vende, e vai indo. Dá para viver disso, graças a Deus”.

Entre clientes idosos e mais jovens, o ambiente no bar segue bem tranquilo, inclusive sem preocupar os moradores das imediações, como acontece em outros estabelecimentos, que funcionam até mais tarde na mesma região.