As mulheres brasileiras estão conquistando, progressivamente, cada vez mais espaço no mercado de trabalho, mas permanecem atrás quando o assunto é remuneração.

Segundo o Cadastro Central de Empresas, divulgado hoje pelo IBGE, o contingente de trabalhadoras cresceu 4,2% em 2013, enquanto o número de homens no mercado de trabalho subiu 3,1%. No entanto, elas recebem apenas 79% do salário pago a eles. Enquanto a média salarial dos trabalhadores do sexo masculino é de R$ 2.334,36, a das mulheres é de  R$ 1.855,37.

Na avaliação do gerente de análise e disseminação do IBGE, Francisco Marta, maior participação feminina se deve ao fato de setores antes resistente à contratação de mulheres estarem se tornando, gradativamente mais abertas a esse público, como indústria pesada e engenharia civil.

Sobre a diferença salarial, a professora de demografia da UFMG Simone Wajnman, que tem uma série de estudos sobre a presença de mulheres no mercado de trabalho, acredita que ela está relacionada à impossibilidade de muitas mulheres buscarem melhores postos pela dificuldade de conciliação com atividades domésticas.

A pesquisa do IBGE também calculou que o número de trabalhadores nas iniciativas pública, privada e em organizações não governamentais  com nível superior cresceu 8% entre 2012 e 2013, enquanto o total de profissionais sem diploma cresceu 6%. 

A diferença salarial entre esses dois públicos chega a 209,8%: quem tem educação superior recebe, em média, R$ 4.726, contra R$ 1.855 dos trabalhadores que estudaram até o segundo grau.

O estudo também apontou que a diferença salarial também é grande na iniciativa privada e no setor público. A média salarial de quem trabalha em empresas particulares é de R$ 1.889, enquanto quem trabalha para o governo recebe em média R$ 2.987, 58% a mais.