Paciente ainda teve intestino perfurado durante a cirurgia em hospital de Cuiabá, em 2010. Juiz ainda determinou ao hospital para que realize cirurgia reparadora na vítima.

Uma paciente do Hospital Geral Universitário (HGU), em Cuiabá, deverá ser indenizada em R$ 53,4 mil por danos morais e estéticos sofridos por ela após ter uma gaze esquecida dentro do corpo dela após uma cirurgia devido a uma crise apendicite, em setembro de 2010. Na ação, a mulher alega, ainda, que teve o intestino perfurado durante o procedimento cirúrgico.
A decisão é do juiz Luiz Octávio Saboia Riveiro, da Terceira Vara Cível de Cuiabá, e foi proferida no dia 15 deste mês, mas publicada nesta semana. A sentença cabe recurso.
Por meio de nota, o HGU alegou que vai recorrer da decisão e que há "inexistência de nexo de casualidade entre o fato e o suposto dano narrado, com inexistência de ato ilícito na medida em que não houve perfuração intestinal da requerente durante o procedimento cirúrgico realizado no Hospital Geral naquele dia bem como inexistiu esquecimento de compressa".
Na sentença, o juiz determina ao hospital que realize uma cirurgia plástica reparadora na paciente, procedimento indicado pela perícia judicial, que apontou sequelas como o prolongamento de uma cicatriz mediana e duas novas incisões para reparar a perfuração do intestino, assim como a colocação de um dreno.
"No presente caso, incontroverso que o esquecimento do objeto no abdome da autora lhe causou, e ainda causa, abalo psicológico", disse o magistrado, na decisão.
Na ação, o juiz salienta que entre a alta hospitalar após a cirurgia e a descoberta da compressa esquecida dentro do corpo durante um exame - e a perfuração do intestino - passaram-se mais de seis meses. Na ocasião da descoberta, a paciente precisou passar por uma cirurgia e passou a utilizar, por mais de dois meses, uma bolsa de colostomia, voltando a passar por uma cirurgia quatro meses depois, para a reconstrução do intestino.
Ação
Ao acionar o hospital na Justiça, a mulher alegou que passou por cirurgia no dia 9 de setembro de 2010, após ter uma crise de apendicite, mas que passou a sentir sérias dores após ter alta hospitalar. Porém, ao procurar atendimento na unidade hospitalar, ela teve o atendimento negado, sob justificativa de que o plano de saúde dela não era mais conveniado.
Ela afirmou que passou por um exame de tomografia em 21 de março de 2011, quando então foi descoberta a presença de uma compressa esquecida durante a cirurgia realizada seis meses atrás. "Além da compressa, constatou-se uma perfuração no intestino grosso, que a autora atribui ao referido procedimento cirúrgico realizado junto à requerida", alegou a paciente.
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