O contingente vem caindo, pois eram 50 mil em julho e 69 mil em junho.

MS tem 30 mil pessoas afastadas do trabalho devido a pandemia
Em março, o comércio de Dourados chegou a ficar fechado por conta do decreto. / Foto: Hedio Fazan/Dourados News/Arquivo

A pandemia do coronavírus impactou em 30 mil pessoas afastadas do trabalho, em Mato Grosso do Sul, em agosto. Considerando a população de 1,2 mi de ocupados no mês, o percentual é de 2,5%. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados na PNAD Covid-19 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). 

O contingente vem caindo, pois eram 50 mil em julho e 69 mil em junho. O percentual é o menor do país. Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso também possuem um baixo percentual de pessoas afastadas do trabalho por conta do distanciamento social. No contraponto, o maior percentual é registrado no Acre, sendo de 12,4%.

Já número de horas trabalhadas para as pessoas que estavam ocupadas voltou a crescer, refletindo a retomada gradual das atividades. O número médio de horas efetivamente trabalhadas de julho era de 35h, enquanto em agosto subiu para 36h. Em maio e julho eram 33 e 34h, respectivamente. 

Desocupação em MS permanece estável em agosto 

O total de pessoas desocupadas em MS se manteve estável em agosto com cerca de 134 mil, com uma taxa de 10,1%, mesmo percentual de julho. É a 4ª menor taxa do país, sendo Santa Catarina a menor (8,2%) e a Bahia a maior (18%). 

No Brasil, a população desocupada, que era de 10,1 milhões no começo da pesquisa, passou para 12,3 milhões em julho e, agora, 12,9 milhões de pessoas (aumento de 5,5% na margem e de 27,6% desde o início da pesquisa). A Região Sul foi a única a apresentar queda da população desocupada (-2,3%). Nordeste (14,3%) e Norte (10,3%) apresentaram as maiores variações.

Informalidade cresce no mês de agosto 

A pesquisa também revelou a variável de pessoas ocupadas e na informalidade. Mato Grosso do Sul tem cerca de 392 mil pessoas nessa situação no mês de agosto, aumento de 3,1% em relação a julho (380 mil). 

O proxy, que é o percentual de pessoas ocupadas como trabalhadores informais em relação ao total de pessoas ocupadas, isto é, trabalhadores informais/pessoas ocupadas x 100, das pessoas com 14 anos ou mais de idade em MS ficou em 32,6% (em julho era 32,1%). Isso representou a sétima menor porcentagem em termos das Unidades de Federação e a segunda posição da região Centro-Oeste. No Brasil esse percentual é de 33,9%. 

Em MS, 115 mil pessoas não conseguiram buscar trabalho devido à pandemia 

A pandemia e o isolamento social fizeram com que as pessoas não buscassem trabalho mesmo querendo trabalhar e não tendo ocupação. A população fora da força de trabalho, em agosto, foi estimada em 820 mil pessoas (em julho eram 827 mil). Deste total, 27,8% gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, e 14% (115 mil) não buscaram trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, mas gostariam de trabalhar. Em julho, entre as pessoas que embora quisessem trabalhar não o fizeram, 15% alegaram como principal motivo a pandemia ou a falta de trabalho na localidade. 

Trabalho remoto

Mato Grosso do Sul tem o correspondente a 88 mil pessoas de pessoas ocupadas e não afastadas que trabalham de forma remota. Isso corresponde a 7,8% da população ocupada e não afastada do estado. Sendo assim, houve o mesmo percentual em comparação com o mês de julho. Em termos comparativos, no Brasil são cerca de 11,1% trabalhando remotamente.