Com produção de 3,2 bilhões de litros, Estado passa a ser o 3º maior produtor de etanol do País.

MS encerra safra da cana-de-açúcar 18/19 com moagem 5,4% maior
/ Foto: Biosul/Divulgação

A safra da cana-de-açúcar 2018/2019, encerrada no dia 31 de março, atingiu 49,5 milhões de toneladas processadas em Mato Grosso do Sul. O volume é 5,4% maior comparado à safra anterior e mantém o Estado na quarta posição do ranking de produção da matéria-prima no País. Também houve recuperação na qualidade da cana, com 132,21 kg de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana [+ 2,7%].

Os dados foram divulgados pela Biosul em coletiva de imprensa de encerramento da Safra 18/19 e primeira estimativa 19/20, realizada nesta segunda-feira (22), em Campo Grande (MS).

Para o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, o resultado da safra é positivo e sinaliza uma reação do setor sucroenergético sul-mato-grossense. “Apesar do clima irregular característico do Estado, as unidades conseguiram recuperar o volume de produção que foi próximo de 50 milhões de toneladas, a nossa estimativa inicial”, afirma.

 


3º maior produtor de etanol

Com 84% da cana destinada para a produção de etanol na temporada, Mato Grosso do Sul subiu da quarta para a terceira posição entre os Estados produtores do biocombustível. O volume produzido atingiu 3,27 bilhões de litros do derivado da cana, representando um crescimento de 24,5% com relação à safra 2017/2018. Desse total, 2,4 bilhões de litros foram de hidratado [+40,2%] e 977 milhões de litros de anidro [-7%].

Açúcar

Na produção de açúcar houve queda de 33%, com 947 mil toneladas, enquanto que na safra anterior atingiu o volume de 1,4 milhão de toneladas. A baixa também impactou no mix de produção que destinou 16% da cana processada para a produção do alimento.

Bioeletricidade

A cogeração de bioeletricidade também teve expressividade no balanço de produção do setor sucroenergético do Estado, que é o maior exportador de energia por tonelada de cana.

Somente em 2018, foram exportados 2.586 GWh para o Sistema Interligado Nacional (SIN), um aumento de 3,5% com relação a 2017. O volume atenderia o consumo residencial de Mato Grosso do Sul durante o ano de 2017, que foi de 1.792 GWh.

De acordo com Hollanda, a bioeletricidade é um produto importante no mix do Estado. “Todas unidades em operação cogeram energia elétrica, dessas 12 exportam o excedente para o Sistema Interligado Nacional”, explica. Atualmente, a capacidade de produção instalada no Estado é de 1.200 MW.

O setor

Apesar da crise que marcou o setor nos últimos anos, Mato Grosso do Sul mantém 19 unidade em operação. Na safra 2018/2019 foram cerca de 716 mil hectares de área destinadas para o cultivo de cana-de-açúcar, sendo 648 mil hectares de área de colheita [+4,6].

A atividade canavieira está presente em 39 municípios, predominantemente na região do Cone Sul do Estado.

De acordo com dados do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] adaptados pela Biosul, o setor sucroenergético é responsável pela geração de 32.191 mil empregos. Somente em 2018, o setor foi responsável por R$ 834 milhões de reais em massa salarial inseridos na economia, a segunda maior do Estado. O setor sucroenegético também se destaca entre os melhores salários médios na indústria e agricultura.

Além de gerar emprego de qualidade, as unidades em operação no Estado desenvolvem projetos para atender seus colaboradores e as pessoas que vivem nos municípios em torno das usinas. Ao todo, são mais de 70 projetos que atendem a população nas áreas social, assistencial e ambiental.

“O setor tem uma atuação ativa no Estado com geração de emprego e renda, desenvolvimento local nos municípios onde as usinas estão instaladas”, ressalta Hollanda.

Safra 2019/2020

Com informações de suas Associadas, a Biosul apresentou a primeira estimativa para a Safra 2019/2020, iniciada em 1 de abril. A previsão da entidade é que existe a disponibilidade de 51 milhões de toneladas de cana para processamento na safra.

O mix de produção deve continuar focado no etanol, com 81% de participação. Na safra passada o percentual foi de 85%. Assim, a produção deverá corresponder a de 1,1 milhão de toneladas de açúcar e 3,2 bilhões de litros de etanol.