O relatório de inspeção contendo essas informações está anexado junto ao processo do Ministério Público Estadual que apura eventual ausência de medicamentos de uso contínuo para pacientes renais crônicos na cidade.
Visita realizada pelo promotor Etéocles Brito Dias Júnior, da 10ª Promotoria de Justiça, no dia 5 de setembro, encontrou não só improviso na CAF (Central de Abastecimento Farmacêutico) de Dourados, como também problemas estruturais e descarte de material utilizado para dieta de pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
O relatório de inspeção contendo essas informações está anexado junto ao processo do Ministério Público Estadual que apura eventual ausência de medicamentos de uso contínuo para pacientes renais crônicos na cidade.
O produto descartado, aproximadamente 10 litros, equivalente a uma caixa, se tornou impróprio para uso depois que funcionários encontraram vestígios de fezes de ratos, além da caixa roída pelo animal.
O fato ocorreu na URMI (Unidade Reguladora de Medicamentos e Insumos), anexa a Central.
Conforme as imagens anexadas ao documento, parte da dieta disponibilizada aos pacientes do SUS estava armazenado em uma área improvisada, dentro inclusive de churrasqueira, o que pode ter contribuído para a entrada dos roedores.
“Ato contínuo, foi verificada a existência de uma sala de depósito, também improvisada com a presença de materiais, alimentação enteral e insumos, inclusive dentro de uma churrasqueira inutilizada”, diz parte do texto do relatório.
Segundo os trabalhadores da Unidade, os ratos estariam saindo de um depósito de bebidas fechado ao lado da Central. Durante a visita, o promotor chegou a ser informado sobre um pedido realizado para a desratização do local, porém, sem respostas pelo setor responsável.
Além das condições precárias de armazenamento, o Ministério Público encontrou situações de improviso aos servidores que atuam no prédio.
No ‘escritório’, que na verdade é uma cozinha adaptada e onde é atendida a demanda, uma geladeira divide espaço com caixas, mesas e computadores, além das pessoas. Até pia foi encontrada no local e serve como ‘depósito’ de material.
O outro lado
O Dourados News entrou em contato com a administração municipal para posicionamentos sobre as alegações. Segundo a Secretaria de Saúde, foi solicitado via comunicação interna o fechamento da churrasqueira e retirada da pia no espaço destinado a URMI.
Conforme a prefeitura, dentro da churrasqueira, estava apenas caixas e materiais para o descarte e a unidade acabou desratizada após realizada a visita do Ministério Público Estadual.
Já em relação ao alimento descartado, 10 litros, "não atende nem um paciente durante o mês", alegou o Município. Já em relação ao estoque de dietas, foi remanejado e armazenado em locais próprios.
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