Movimentos sem-terra ocupam sede do Incra em Mato Grosso do Sul
Detalhe de cartaz feito por manifestantes. / Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS

Cerca de 300 famílias ocuparam, na manhã desta quinta-feira (16), o prédio da sede da Superintendência Regional do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Campo Grande. De acordo o representante do Movimento Sem-Terra Brasileiro (MSTB), Douga Elias, a ocupação não tem previsão de término.

Os manifestantes reivindicam a presença do Incra nacional, que teria combinado de se reunir com o órgão regional em Mato Grosso do Sul entre os dias 15 e 18 de julho, segundo Elias. Ele informou que a reunião tinha sido combinada durante encontro em Brasília (DF), há cerca de 15 dias.

O superintendente regional do Incra/MS, Sidney Ferreira de Almeida, confirmou ao G1 que estava prevista reunião nesta semana com a direção do Incra nacional, mas o encontro foi adiado por motivos de agenda.

"A agenda foi preparada por nós, pela nossa gestão. Estava definida para os dias 15, 16 e 17. Entretanto, houve alterações na agenda da presidência [do Incra] lá em Brasília, e o pessoal teve que modificar [...] Eles ligaram e está pré-agendada para semana que vem, a partir de quarta-feira", explicou.

Nesta manhã, Almeida esteve em reunião com integrantes do Incra regional para planejar as atividades a serem desenvolvidas nos próximos meses.

"Estamos entendendo como mobilização que iniciou agora e ainda não entregou uma pauta por escrito. Falaram rapidamente que estariam se mobilizando. Estamos acompanhando. A sociedade tem o direito de se mobilizar e nós temos que seguir a legislação", explicou, referindo-se a possível ocupação do prédio por tempo indeterminado.

"Esse prédio aqui não é só do Incra, é um condomínio de lojas. Tem lojistas que gostam da mobilização, mas tem outros que às vezes não. Então, temos que respeitar os direitos de cada qual. Nesse sentido, estamos esperando para ver o que será definido", afirmou.

Silvio José Mezza Martins, representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais (MTS), disse que o Movimento da Agricultura Camponesa (MAC) e o Movimento Sul-Mato-Grossense da Agricultura Familiar (MAF) também participam da ocupação do prédio. Segundo ele, os quatro movimentos buscam as mesmas pautas de reforma agrária.