Defensora Pública Kátia Cardoso classificou ação como violenta e absurda já que não há ordem judicial.

Moradores do Bosque da Saúde devem entrar com pedido de indenização
Prédio comercial também foi demolido na noite de quinta-feira. / Foto: Juliano Almeida

A demolição das casas e comércios no Bairro Bosque da Saúde foi classificada como uma ação violenta pela defensora pública Kátia Cardoso. Ela que é responsável pelo Nufamd (Núcleo da Fazenda Pública, Moradia e Direitos Sociais) orientou que os moradores entrem com uma ação de indenização por conta do prejuízo e se necessário com uma de manutenção de posse.

Ao Campo Grande News, a defensora explicou que não há nada que o poder público possa fazer já que se trata de uma disputa de área privada, no entanto, a demolição é ilegal já que o suposto dono não tinha nenhuma ordem judicial.

“As pessoas atingidas devem registrar o boletim de ocorrência, para garantir e instruir uma eventual ação de manutenção de posse. Depois que o autor for identificado, elas devem juntar os comprovantes, imagens, vídeos dos prejuízos que tiveram e entrar também com uma eventual ação de indenização e danos morais”, pontuou Kátia.

À reportagem, a defensora destaca que ficou sabendo da demolição pela imprensa e que a presença da Polícia Militar teria sido solicitada pelos moradores que foram prejudicados, porém, como a equipe não conseguiu resolver o problema no local, os envolvidos teriam sido levados para delegacia.

“Parece que na delegacia a autoridade policial entende que a ação foi legítima já que as pessoas que fizeram a demolição agiram como agiram porque tinha o título dominial da área, mas é público e notório que não se age desta forma em casa nenhum. É preciso ter uma ordem judicial para a derrubada das casas”, finalizou a defensora.

Por fim, ela explica que a área já está consolidada e faz parte do programa Lar Legal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato  Grosso do Sul), que promove a regularização fundiária, valorização das moradias e garante dignidade e segurança jurídica da população.

Segundo apurou a reportagem, até o momento foram demolidos imóveis nas ruas Mirabela, Cambuí, Monte Azul e na travessa Baependi. A ação começou na terça-feira (6) e, segundo moradores da região, o local antes pertencia a uma imobiliária e os terrenos foram invadidos há cerca de 15 anos, mas está em processo de regularização. Nesse período, casas foram construídas, com muros e portões.