“A verdadeira defesa dos direitos humanos, portanto, exige o repúdio ao golpismo e à violência promovida por grupos antidemocráticos e orientados pelo fascismo”, completou o ministro.

Ministro dos Direitos Humanos diz que “manifestantes golpistas” não merecem direitos humanos, mas se preocupa com todos outros presidiários do país
Silvio Almeida tomou posse do cargo de ministro dos Direitos Humanos na terça-feira (3) / Foto: Matheus W Alves/Futura Press/Estadão

Em nota divulgada nas redes sociais, o ministro dos Direitos Humanos do governo Lula, Silvio Almeida, respondeu ao pedido de deputados bolsonaristas, como Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF) e Carlos Jordy (PL-RJ), que pediram melhores condições de tratamento para os manifestantes detidos após o desmonte do acampamento em frente ao quartel-general do Exército em Brasília na segunda-feira (9).

“Recebemos a informação de que falta água e falta comida para eles. Vamos acionar a DPU e o Ministério dos Direitos Humanos. Entre os detidos, há manifestantes que atuavam de forma pacífica e vândalos. Seja como for, todos necessitam de condições básicas”, afirmou Carla Zambelli.

Silvio Almeida respondeu ao pedido de direitos humanos aos manifestantes nesta terça-feira (10), ele disse o seguinte:

“Inicialmente, cumpre esclarecer que o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania se alinha totalmente à postura adotada pelo Presidente da república e pelos Chefes dos demais poderes no sentido de dar aos atos golpistas e à frustrada tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito o mais rigoroso tratamento, nos termos da lei e da Constituição Federal. Como a história tem mostrado, golpistas são, invariavelmente, violadores de direitos humanos e detratores da cidadania”, tuitou.

“A verdadeira defesa dos direitos humanos, portanto, exige o repúdio ao golpismo e à violência promovida por grupos antidemocráticos e orientados pelo fascismo”, completou o ministro.

Em seguida o ministro amenizou o discurso radical e disse:

“Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania informa que mantém contato com o Ministério da Justiça a fim de monitorar a situação das pessoas detidas após as arruaças que se deram em Brasília no último domingo (8). As prisões em flagrante estão sendo lavradas e as pastas irão atuar conjuntamente para que a legalidade sempre seja observada”, afirmou.

Por fim, Silvio Almeida se solidarizou com a população encarcerada no Brasil a fora, em sua maioria por tráfico, roubos e furtos e crimes contra a vida.

“Por oportuno, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania gostaria de expressar sua preocupação com todas as pessoas deste país que se encontram em situação de cárcere – sem exceção – e que em sua grande maioria, são pessoas pobres e desamparadas”, finalizou o ministro, sem se solidarizar com as centenas de crianças e idosos que estão detidos no ginásio da Polícia Federal.