Especialista aponta que alinhamento partidário entre Riedel e Adriane Lopes é inédito em 13 anos
No segundo semestre de 2025, o PP conseguiu repetir dobradinha partidária vista pela última vez em Mato Grosso do Sul há pelo menos 13 anos. Com o mesmo partido, os executivos de Campo Grande e MS deverão reforçar o diálogo para avançar em conjunto. É o que aponta o cientista político, Daniel Miranda.
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), acredita que a filiação do governador Eduardo Riedel ao PP deva acelerar as melhorias para a Capital. “Essa parceria que iniciamos e começamos a construir vai frutificar muito ainda; mais resultados para os moradores da nossa cidade”, disse após a oficialização de Riedel na legenda
Contudo, além da similaridade partidária, os Executivos deverão priorizar os laços. Ou seja, o alinhamento político. Isso porque alinhamento partidário e político são diferentes.
“Pode parecer a mesma coisa, mas não é. Estar no mesmo partido não é pensar igual ou estar coordenado. Então, a princípio, estar no mesmo partido teria resultados positivos, mais que negativos, pois facilitaria a coordenação política das ações”, pontuou o Doutor em Ciência Política.
No entanto, o governador e a prefeita deverão se alinhar politicamente para além do partido. “Vai depender da capacidade de diálogo entre Riedel e Adriane”, destacou o cientista. Miranda lembrou que o diálogo entre os Executivos estadual e municipal é bom.
“Então, se eles estão agora no mesmo partido, eu suponho que estreitarão ainda mais seus laços para fortalecer o PP”, reforçou o cientista.
Avanços dependem de:
Concordância. Já que o “ritmo de negociações vai depender mais dos atores (Riedel e Adriane) do que dos partidos”, apontou Miranda. Porém, os efeitos de possível estreitamento de laços não será automático para Campo Grande.
Apesar disso, Miranda defendeu que “como eles estão no mesmo agora, é de se esperar que isso aumentará o ritmo”.
Histórico de dobradinha
Durante todo o século XXI, apenas três partidos estiveram à frente do Executivo de Mato Grosso do Sul. São eles: PT, até 2006; MDB, entre 2007 e 2014; e o PSDB, que está na liderança desde 2014.
“Nesse período, PT e PSDB nunca elegeram prefeito em Campo Grande. E o MDB só o fez entre 2007 a 2012. Então, tal situação atual é excepcional”, disse o especialista.
Filiação após troca de apoio
A ida de Riedel para o Progressista acontece após o convite da presidente do PP em Mato Grosso do Sul, a senadora Tereza Cristina. Os dois políticos trocaram apoio nas últimas duas eleições.
Em 2022, a senadora intercedeu junto a Jair Bolsonaro para que o ex-presidente se mantivesse neutro no segundo turno das eleições para governador em Mato Grosso do Sul. A intenção era para que Bolsonaro não continuasse com o apoio demonstrado no primeiro turno ao outro candidato, Capitão Contar (PRTB).
Já em 2024, Riedel gravou um vídeo ao lado da senadora Tereza Cristina para demonstrar apoio a Adriane Lopes no segundo turno das eleições em 2024.
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