Os R$ 500 (máximo que trabalhador poderá sacar) do fundo não serão suficientes para quitar as dívidas de boa parte dos endividados

Mesmo com FGTS, parte dos 779 mil endividados de MS fica no vermelho
Fila de consumidores em edição da campanha Nome Limpo da ACICG / Foto: ACICG/Divulgação

Com o anúncio de que o governo vai autorizar o saque do dinheiro guardado no FGTS (Fundo de Garantia sobre o Tempo de Serviço), muita gente pensou em limpar o nome. Mas, os R$ 500 (máximo que cada trabalhador poderá sacar) não serão suficientes para quitar as dívidas de boa parte dos endividados.

Segundo a Serasa Experian, que cadastra consumidores inadimplentes, em maio, o valor médio da dívida do brasileiro era de R$ 3.886,00 e no Estado, 779 mil estão endividados. No caso dos trabalhadores que conseguirem sacar teto autorizado pelo governo e tem débitos próximo do valor calculado pela Serasa, apenas 12% do valor devido poderá ser amortizado.

O SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) calcula o valor médio em R$ 3.252,70, mas informa que um percentual relevante, de 37,4%, deve até R$ 500 no País. Ou seja, quase 40% dos brasileiros vão conseguir sair do vermelho se utilizarem o dinheiro extra para pagar dívidas. A organização não tem o dado regionalizado.

O presidente Jair Bolsonaro e integrantes da equipe econômica anunciaram na tarde dessa quarta-feira (24), durante solenidade em Brasília, a liberação “imediata” de R$ 30 bilhões para trabalhadores que tenham contas ativas e inativas do FGTS e recursos do PIS-Pasep. Os saques do dinheiro guardado do no fundo, começarão em setembro e serão limitados a R$ 500.

O Campo Grande News foi às ruas antes do anúncio oficial e descobriu que mesmo sem saber o quanto conseguirá tirar do FGTS, o trabalhador já faz planos e limpar o nome é um deles.

O economista Thales de Souza Campos fez alerta para quem está sonhando com a grana extra. O dinheiro do FGTS só será bem-vindo se for usado para “quitar dívida incontrolável” e evitar que o trabalhador se afunde mais na areia movediça dos juros ou para quem está no azul, mas pretende fazer aplicação mais rentável que a poupança. Saber negociar a amortização dos juros e multas por atrasos em pagamentos é importante.