Novo formato, mais digital, terá relação direta com a reestruturação do ensino médio, que começou a ser implementada neste ano de 2021.

MEC anuncia novo modelo do Enem a partir de 2024; entenda o que muda
Mudanças do Enem serão aplicadas apenas no final de 2024. / Foto: LUIS LIMA JR/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será aplicado somente no final de 2024, quando a reforma do ensino médio, que começou a ser implementada neste ano, já terá sido adotada por todas as escolas do Brasil, com aumento de carga horária, disciplinas integradas e por área de conhecimento, matérias optativas de acordo com interesses individuais, alinhadas a um componente chamado “projeto de vida” e formação técnica e profissional.

A ideia da prova é refletir a formação geral do aluno. Serão dois momentos, um com ênfase em matemática e língua portuguesa, além da redação e da aplicação da língua inglesa nas atividades. Uma questão de história, por exemplo, pode ser no outro idioma. A outra avaliação se baseia no resultado da opção dos estudantes pelo itinerários formativos, que são os componentes curriculares flexíveis relacionados a aptidões individuais. São quatro blocos para escolha, com base na divisão de assunto. Biologia, física e química são temas da ciência da natureza; filosofia, geografia, história e sociologia são ciências humanas e sociais aplicadas; artes, educação física, língua portuguesa e língua inglesa fazem parte de linguagens; o outro tema é matemática. Além disso, as questões deixam de ser apenas objetivas. Outra mudança no Enem está na transição gradual para provas digitais e o uso de novas tecnologias para os processos de correção automatizada, acelerando a divulgação dos resultados, e ainda uso de inteligência artificial para a análise dos itens abertos das questões discursivas e da redação.

O resumo do relatório final do grupo de trabalho sobre a reestruturação do Enem foi apresentado pelo secretário de educação básica, Mauro Rabelo. Ele explica que será criado um sistema de incentivo com bonificação para os estudantes que optarem por cursos do ensino superior relacionados aos cursos técnicos feitos durante o ensino médio. “O MEC vai vai preparar uma tabela sugestiva de ponderação. Tudo que a gente faz no âmbito da educação superior, a gente sugere, e as instituições de ensino superior vão lançar mão daquela proposta ou fazer algo diferente. Mas nós vamos fazer essa a proposta para valorizar aquele estudante que escolheu a formação técnica, mas quer verticalizar e quer, de fato, ir para a educação superior também”, explicou.

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, destaca que a mudança do Enem é um marco de inovação para a educação brasileira. “Teve como base a legislação e as melhores referências nacionais e internacionais. A reforma do ensino médio estabeleceu um itinerário técnico e profissional para permitir que mais jovens possam ter acesso à formação técnica. Naturalmente, o Enem e os sistemas de seleção para o nível superior precisam se adaptar a esse desejo de toda a sociedade”, disse Ribeiro.