A taxa de homicídio em Mato Grosso do Sul, calculada com base a cada 100 mil habitantes, registrou índice de 24,3.

Mais de 60% dos assassinatos registrados em MS foram contra negros
Mato Grosso do Sul registrou 659 homicídios em 2017. / Foto: Arquivo/Dourados News

A maioria das vítimas de homicídio em 2017, em Mato Grosso do Sul, foi de negros. De 659 casos de homicídios registrados no ano, 418 foram praticados contra negros, ou seja, mais de 63%. Em todo o Brasil, o número de assassinados no ano, foi de 49.524. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (05), pelo Atlas de Violência de 2019, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). 

A taxa de homicídio em Mato Grosso do Sul, calculada com base a cada 100 mil habitantes, registrou índice de 24,3. A taxa de homicídio praticada contra negros, com a mesma base de cálculo, ficou em 28,4. 

Os dados mostram que do total de homicídios registrados em Mato Grosso do Sul (659), naquele ano, 418 foram contra negros e 237 contra não negros. Quatro dos casos não foram identificados. 

O número de mulheres assassinadas, em 2017, foi de 61. Neste caso, as negras também foram as maiores vítimas, conforme o Atlas, sendo 33 no total, em contraponto a 28 de mulheres não negras. 

No geral, o número de homicídios no Brasil, no período, foi de 65.602. Se comparado ao ano de 2016, houve um aumento, de 3.085 casos, pois o total anterior era de 62.517. Em Mato Grosso do Sul houve uma diminuição de casos de 2016 para 2017, sendo 671 no primeiro ano e 659 no segundo.

Ainda conforme o Atlas, em 2017, 75,5% das vítimas de homicídio no país eram pretas ou pardas. O Rio Grande do Norte está no topo do ranking, com 87 mortos a cada 100 mil habitantes negros, mais que o dobro da taxa nacional. Os cinco estados com maiores taxas de homicídios negros estão localizados na região Nordeste.

Em 2017, o Rio Grande do Norte apresentou a taxa mais alta, com 87,0 mortos a cada 100 mil habitantes negros, mais do que o dobro da taxa nacional, seguido por Ceará (75,6), Pernambuco (73,2), Sergipe (68,8) e Alagoas (67,9). O crescimento decenal da taxa de homicídio de negros em alguns estados foi substancial.

De 2007 a 2017, a desigualdade de raça/cor nas mortes violentas acentuou-se no Brasil. A taxa de negros vítimas de homicídio cresceu 33,1%, enquanto a de não negros apresentou um aumento de 3,3%.    

Outra situação apontada no levantamento é que “homem jovem, solteiro, negro, com até sete anos de estudo e que esteja na rua nos meses mais quentes do ano entre 18h e 22h, tem sido o perfil dos indivíduos com mais probabilidade de morte violenta intencional no Brasil”.