O evento foi simultâneo por todo Brasil neste que foi considerado o Dia Nacional de Mobilização Contra a Reforma da Previdência.

Mais de 10 mil trabalhadores de MS na manifestação contra reforma previdenciária pelas ruas da Capital

Mais de 10 mil trabalhadores de empresas públicas e privadas de Campo Grande e interior de Mato Grosso do Sul participaram na manhã desta sexta-feira (22) das manifestações em praça pública e pelas principais ruas do comércio central da Capital em protesto à reforma da Previdência.

A concentração dos trabalhadores foi na Praça do Rádio, na Avenida Afonso Pena, a partir das 8 da manhã. Servidores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS se reuniram primeiramente na sete do seu sindicato, o SISTA-MS, situado no campus da própria universidade e só depois desceram para Praça Pública, Informa Cleo Gomes, coordenadora geral da entidade e que participou ativamente de toda manifestação ao lado de outros coordenadores da entidade, entre eles Edson Rodrigues  Barbosa, Nivalci Barbosa de Oliveira e Adilson da Costa Oliveira e Euclides José de Oliveira Junior.

“Foi um marco histórico essa participação maciça de trabalhadores demonstrando sua indignação em todo o Brasil com essa reforma previdenciária que não acaba com privilégios de alguns setores e penaliza ainda mais a maioria do povo brasileiro que é quem realmente paga a conta de tudo que fazem de errado neste país”, afirmou Euclídes José de Oliveira Junior, coordenador do SISTA-MS.

Nas manifestações em Campo Grande, presentes dois deputados federais que já garantiram que não votarão na reforma previdenciária da forma que está aí a apresentada e só penalizando os trabalhadores brasleiros, especialmente os assalariados. Estavam presentes Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT), além de deputados estaduais e vereadores da Capital e interior do Estado.

A concentração em praça pública durou cerca de 2 horas, oportunidade em que os trabalhadores e sindicalistas assistiram a apresentações culturais – peça de teatro enfocando a dura realidade dos aposentados e do autoritarismo das autoridades brasileiras em impor as reformas da maneira que desejam, sem discutir com a sociedade e também ouviram discursos e manifestações de lideranças de sindicatos, federações, centrais sindicais e entidades de defesa do índio e do negro.

Depois desse período eles fizeram o enterro simbólico da Pevidência Social Brasileira, com direito a caixão, funeral, velas e tudo o mais, em pleno canteiro da Avenida Afonso Pena. Em seguida com carros de som e trio elétrico, desceram pela Avenida até à Rui Barbosa, onde subiram até a Rua Maracaju, para onde desceram até a Rua 13 de Maio. A concentração, por volta do meio dia, foi em frente à superintendência regional do Banco do Brasil, na Afonso Pena, esquina com a Rua 13 de Maio. Nesse local os manifestantes voltaram a ocupar os microfones para informar à opinião pública sobre as ameaças que pairam sobre todos os trabalhadores brasileiros em Brasília, no Congresso Nacional.

Os manifestantes e o Sista-MS entendem que a nova Previdência dificulta acesso e pode aumentar pobreza.

·         Muitos não conseguirão completar contribuição mínima de 20 anos, dizem analistas.

·         Novo cálculo de benefício deve puxar média de valores para baixo.

·         Aposentadoria rural mais dura pode inviabilizar benefício.

·         Pensões para viúvos e órfãos poderão ser menores do que salário mínimo.

A reforma da Previdência proposta pelo governo de Jair Bolsonaro pode apertar demais os direitos sociais e acabar gerando problemas maiores, com aumento de pobreza no médio e longo prazo. O estabelecimento de um tempo mínimo de contribuição de 20 anos, o endurecimento na concessão das aposentadorias rurais e as reduções nos valores de pensões e auxílios estão entre as principais críticas. No geral, são regras que dificultam o acesso e resultam em pagamentos menores do que os recebidos hoje.