Padrasto é suspeito de matar e ocultar o cadáver da enteada. Ele ficou um mês preso, mas atualmente responde o processo em liberdade.

Mãe faz buscas pelo corpo de jovem que desapareceu
Mãe de Thayná Ferreira faz buscas por corpo da filha em Valparaíso de Goiás / Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A mãe da jovem Thayná Ferreira Alves, de 21 anos, que desapareceu há quase cinco meses em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, faz buscas por conta própria para tentar achar o corpo da filha. O padrasto da vítima chegou a ser preso suspeito do crime, mas foi solto um mês depois.

Nas investigações, a Polícia Civil conseguiu delimitar uma área com um raio de cerca de 3 km onde o corpo da estudante pode ter sido enterrado. Jussara Ferreira, mãe de Thayná, vai ao local de duas a três vezes por semana e, com ferramentas, percorre a região a pé, tirando o mato e tentando acha alguma pista que a leve a encontrar a filha.

“É igual a procurar agulha no palheiro, mas eu não vou desistir, é minha filha. Eu não tenho mais filha. Preciso dar um ponto final nisso”, desabafou.

Thayná foi vista pela última vez no dia 16 de fevereiro, quando saiu com o padrasto. Imagens de câmeras de segurança mostraram quando os dois saem da casa em que moravam. Segundo os parentes, a estudante havia pedido ao padrasto para deixá-la em um ponto de ônibus, na BR-040.

Padrasto da jovem, o empresário Waldezar Correiro de Matos, de 65 anos, foi preso no dia 25 de maio suspeito de matar e ocultar o corpo da enteada. Na época, o delegado regional Rodrigo Mendes explicou que laudos que sugeriram a presença de sangue nas roupas e na bainha de uma faca do empresário. Além disso, a Polícia Civil identificou contradições nas versões apresentadas pelo homem e a quebra de sigilo telefônico.

Ainda segundo Mendes, a motivação seria uma discussão entre a enteada e o padrasto que ocorreu em dezembro de 2016, no aniversário da mãe da jovem. Ele explica que, na ocasião, Thayná riscou o carro do empresário e denunciou à polícia que o homem tinha uma arma.

“Na época ele foi preso por causa da posse da arma. O que teria gerado tudo isso foi uma discussão sobre uma festa surpresa que a universitária teria feito para a mãe. Ao ver a preparação da festa o padrasto teria virado a mesa do bolo e sido verbalmente agressivo com ela”, detalhou quando o empresário foi preso.

Após quebra do sigilo telefônico, a polícia conseguiu identificar que o suspeito esteve durante três horas em uma área da zona rural da cidade. Com isso, os investigadores conseguiram mapear a área onde o corpo da jovem teria sido abandonado.

Porém, um mês depois, o suspeito foi liberado. O pedido de prisão temporária, que vale por 30 dias, não foi renovado pela Justiça. De acordo com a Polícia Civil, os laudos periciais requisitados à Polícia Técnico-Científica apresentaram resultado "inconclusivo", “fato que dificulta sobremaneira a caracterização da ‘materialidade’ do crime e, consequentemente, as investigações”.

Atualmente, o delegado explicou que não podem ser passadas novas informações porque o caso está sob sigilo.

Inconformada com o andamento dos processos, a mãe de Thayná cobra punição para o padrasto. “Minha filha saiu com ele e não retornou mais. Ela não apareceu e eu não tenho notícias da minha filha”, disse.