O ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou à Procuradoria-Geral da República que a campanha do ex-presidente Lula, em 2006, recebeu R$ 50 milhões em propina.

O dinheiro teria saído de uma negociação para a compra de US$ 300 milhões em blocos de petróleo na África em 2005. As informações foram divulgadas pelo jornal Valor Econômico na segunda-feira, 18.

Segundo o delator, que teve seu acordo firmado em novembro do ano passado, a negociação foi conduzida ‘pelos altos escalões do governo brasileiro e angolano, sendo o representante brasileiro o ministro da Fazenda [Antonio] Palocci”.

Cerveró não dá detalhes, nestes papeis, sobre a negociação da propina ou como o dinheiro teria chegado à campanha do PT. O delator conta ainda que a costa angolana era conhecida pela capacidade de exploração de petróleo.

“Em 2005, houve uma oferta internacional de Angola, de venda de blocos de exploração em águas profundas, como se fosse um grande leilão”, declarou Cerveró. “O país era extremamente interessante para a Petrobrás: tanto pelo regime político do país aliado do governo brasileiro, quanto pelo fato da companhia já operar e ter escritórios desde 1975 em Angola.”

O Instituto Lula informou que ‘não comentaria supostas delações, quanto mais supostos acordos de delação, vazados de forma seletiva, parcial e provavelmente ilegal que alimentam um mercado de busca por benefícios penais e manchetes sensacionalistas’.

O criminalista José Roberto Batochio, que defende o ex-ministro Antônio Palocci, afirmou que seu cliente “nunca tratou de tal assunto e sequer sabia que existisse. Jamais conversou com o indigitado cidadão angolano Manoel Domingos Vicente, a quem não conhece nem se lembra de com ele haver estado, em qualquer época. Tal expediente não pode ser levado a sério”. (Com informações da Agência Estado/Diário do Poder)