A comitiva do ex-presidente Lula chegou a Brasília, ontem, em dois jatinhos executivos. Do primeiro, um luxuoso Gulfstream G-200, prefixo PR-WTR, desceram outras pessoas, ainda não identificadas. Segundo registros da Polícia Federal, é o mesmo avião usado por Lula para viajar a serviço da Odebrecht, na companhia do diretor da empreiteira Alexandrino Alencar, preso na Lava Jato.
Cinco minutos depois, estacionou também, no hangar da Global Aviation, o jatinho que trouxe o ex-presidente. Lula usou o Cessna jatinho prefixo PR-LFT, igual ao modelo que caiu e matou o ex-governador pernambucano Eduardo Campos.
Por sua assessoria, a Global garantiu que o primeiro avião, prefixo PR-WTR, não foi fretado a pessoas ligadas a Lula, mas não informou os nomes dos clientes. A empresa confirmou que o ex-presidente chegou a Brasília no Cessna prefixo PT-LFT. A Global considera que ambos os aviões chegaram simultaneamente a Brasília, no mesmo hangar, por "coincidência".
De acordo com informações da Superintendência de Aeronavegabilidade da ANAC, o jatinho PR-WTR é operado pela Pássaro Azul Táxi Aéreo Ltda., empresa com capital social declarado de apenas R$ 260 mil e administrada por Ricardo Breim Gobbetti e Márcio Roberto Pacheco, cujos sócios são outras duas empresas: Global Aviation S.A. e SSR Assessoria e Prestação de Serviços Ltda.
O jato Gulfstream G200 prefixo PR-WTR foi usado por Lula entre 2011 e 2015 para fazer luxuosas viagens ao lado do lobista da Odebrecht Alexandrino Alencar, preso na operação Lava Jato, acusado de ajudar a empreiteira a operar as propinas do petrolão no exterior. Na sala de Alexandrino, na sede da Odebrecht em São Paulo, uma foto com Lula dividia espaço com retratos de familiares do executivo, à época da busca e apreensão da PF.
No despacho de prisão de Alexandrino, o juiz Sérgio Moro escreveu: "Além das provas em geral do envolvimento da Odebrecht no esquema criminoso de cartel, ajuste de licitações e de propina, há prova material de proximidade entre Alberto Youssef e Alexandrino Alencar".
Em nota, a Global Aviation declarou que o Gulfstream G-200 não foi fretado para Lula. E informa: "Com 22 anos de atuação no mercado brasileiro de aviação executiva, a Global Aviation é uma das maiores empresas de táxi aéreo do Brasil, operando atualmente 26 aeronaves (aviões e helicópteros) de diferentes portes, em voos nacionais e internacionais, e atende a uma ampla gama de clientes de diversos setores da economia, sempre obedecendo rigorosamente a todas as legislações aplicáveis, incluindo as normas da aviação civil.
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