Segundo o laudo de comitê de paraquedismo, houve problemas no lado esquerdo do equipamento que aciona o paraquedas. Diogo Tavares foi socorrido e morreu no hospital; vídeo flagrou queda.

Laudo aponta falha no equipamento de paraquedista que morreu durante salto
Paraquedista foi visto caindo perto de campo de futebol em Boituva / Foto: Arquivo Pessoal De aco

A Confederação Brasileira de Paraquedismo informou nesta segunda-feira (7) que o laudo da perícia feita no equipamento do paraquedista Diogo Tavares, que morreu no dia 18 de dezembro durante um salto em Boituva (SP), apontou falha no equipamento.

Segundo o laudo, feito pelo Comitê de Equipamento e Manutenções da Confederação Brasileira de Paraquedismo, houve problemas no lado esquerdo do equipamento que aciona o paraquedas.
Ainda conforme o relatório técnico, isso teria feito com que o lado esquerdo do paraquedas principal se desconectasse de maneira prematura atrapalhando também a abertura do paraquedas reserva.

Um vídeo registrou o momento da queda do paraquedista, que foi encontrado em uma rua na frente de um campo de futebol, área central de Boituva. Segundo a Guarda Civil, ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.
Nas imagens é possível ver Diogo no céu, quando começa a cair rodando com o paraquedas principal enroscado no reserva. A queda dura cerca de 10 segundos e é possível ver dois paraquedas abertos.
 
De acordo com o delegado Emerson Martins, a polícia ainda não teve acesso ao documento, mas assim que tiver irá anexá-lo ao inquérito policial que foi instaurado para investigar as causas do acidente.

Queda

De acordo com o presidente da Associação de Paraquedismo Nilson Leitão, o paraquedista era atleta em instrução, morava em Santa Catarina, e fazia uma aula com um instrutor, quando apresentou problema ao acionar o paraquedas principal.
 

De acordo com a Guarda Civil Municipal, Diogo sofreu uma parada cardiorrespiratória e foi levado para o hospital da cidade. Porém, não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade.
Ainda segundo o presidente da associação, Diogo tinha histórico de 39 saltos. O caso foi registrado como morte suspeita e as causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Segunda morte
 
A morte de Diogo foi a segunda seguida registrada no centro de paraquedismo em dezembro. Um dia antes o paraquedista Eudismar Almeida Araújo, de 56 anos, morreu após cair às margens de um acesso da Rodovia Castello Branco, em Boituva (SP).
Ele perdeu a consciência após colidir contra o colega no ar e não abriu o paraquedas reserva, segundo informou o presidente da Associação de Paraquedismo Nilson Leitão.
"Infelizmente foi em uma pane. Um corpo batendo no outro naquela velocidade lá em cima é uma cassetada. Ele perdeu os sentidos. Um deles conseguiu abrir o reserva e ele [Eudismar] não. E ele veio com aquela pane no chão e na colisão contra o solo, porque é forte. O impacto com solo é forte", afirmou o presidente da Associação de Paraquedismo Nilson Leitão.