Cidade de Bakhmut é alvo de intensos combates há vários meses.

Kiev vincula futuro da Ucrânia à batalha no Leste
Cidade de Bakhmut é alvo de intensos combates há vários meses. / Foto: © REUTERS/Yevhen Titov/Direitos reservados

O futuro da Ucrânia depende do resultado das batalhas no Leste, incluindo Bakhmut e arredores, afirmou nessa segunda-feira (13) à noite o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Kiev e Moscou falam em fortes combates na pequena cidade, foco neste momento da invasão russa da Ucrânia. Há vários meses que Bakhmut é alvo de intensos combates de infantaria, já descritos como os mais sangrentos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

“A guerra está muito dura no Leste', disse Zelensky no seu habitual pronunciamento noturno. O presidente mostra-se, no entanto, convicto da vitória: “Temos de destruir o poder militar do inimigo. E vamos destruí-lo'.

A guerra de trincheiras em Bakhmut, na região ucraniana de Donetsk, é descrita pelos dois lados como um “triturador de carne'. Kiev e Moscou comunicam centenas de baixas nas tropas inimigas.

Hoje, o Ministério da Defesa da Ucrânia revelou que suas tropas “mataram mais de 700 soldados russos, destruíram dez tanques, 15 veículos blindados de combate, 16 peças de artilharia e 11 drones'.

Ontem, a Rússia lançou cinco ataques com mísseis, 35 ataques aéreos e 76 ataques contra infraestruturas civis nas regiões de Sumy e Donetsk.

As forças ucranianas disseram ter repelido ataques a sete zonas na frente de Bakhmut.

Para a Rússia, conquistar Bakhmut é abrir caminho para controlar todo o território de Donetsk, um dos objetivos centrais da guerra. Já a Ucrânia, que decidiu defender a cidade em vez de se retirar, considera que desgastar os soldados russos poderá ajudar sua contraofensiva na primavera, momento em que os terrenos agora enlameados estarão mais secos.

Kiev e Moscou estão em desacordo sobre a duração da extensão do acordo de cereais do Mar Negro. A Rússia quer prolongá-lo por 60 dias, ao passo que a Ucrânia insiste nos 120 dias de prorrogação mínima.

A agência de notícias russa Tass cita o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, segundo o qual o acordo, que ajuda a Ucrânia a exportar produtos agrícolas, foi prorrogado por 60 dias.

A Reuters cita um funcionário ucraniano que garantiu que Kiev vai cumprir os termos do acordo, mas exige a extensão por 120 dias.

Ancara confirmou que as negociações sobre a extensão do acordo ainda estão ocorrendo. A Turquia e a Organização das Nações Unidas (ONU) ajudaram a mediar o acordo original, assinado em julho de 2022.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou o compromisso de facilitar a exportação de alimentos e fertilizantes russos, após Moscou aceitar prolongar o acordo por apenas 60 dias. Em julho passado, as Nações Unidas e a Turquia negociaram acordos paralelos com a Ucrânia e a Rússia que permitem a Kiev enviar alimentos e fertilizantes de três dos portos ucranianos no Mar Negro, e a Moscou exportar alimentos e fertilizantes.

O acordo de 120 dias - que ajudou a aliviar parte do impacto do aumento global dos preços dos alimentos - foi renovado em novembro passado, mas expira no próximo sábado (18). Uma ampliação por mais quatro meses está na mesa de negociações.

O acordo permitiu a exportação de 24 milhões de toneladas de cereais e mais de 1.600 viagens seguras de navios pelo Mar Negro, com 55% das exportações de alimentos direcionadas para países em desenvolvimento, de acordo com dados da ONU.