MPMS pediu que o contrato de R$ 59 milhões fosse suspenso, mas juiz afirmou que isso poderia trazer prejuízos à coletividade

Justiça decide manter contrato milionário do Sigo com Governo de MS
MPMS pediu que o contrato de R$ 59 milhões fosse suspenso, mas juiz afirmou que isso poderia trazer prejuízos à coletividade / Foto: MPMS entrou com ação contra o contrato do Sigo (Reprodução)

Os desembargadores da 3ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negaram recurso do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e decidiram manter o contrato milionário do Sigo com o Governo do Estado.

Na decisão, o juiz Fábio Possik Salamene admite que há indícios de irregularidades no contrato de R$ 59 milhões que a empresa mantém com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública).

Entretanto, para não deixar a polícia de MS sem sistema, Salamene votou por manter o contrato. “Ainda que existam indícios de irregularidades na contratação, a medida postulada apresenta caráter satisfativo e seus efeitos são de difícil reversão, circunstância que inviabiliza a concessão da tutela antecipada […]”, diz a decisão, que venceu o voto do relator, desembargador Paulo Alberto de Oliveira.


 

Com custo de R$ 59 milhões, MPMS pede na Justiça suspensão imediata do contrato do Sigo
O MPMS havia pedido tutela de urgência para que a Justiça suspendesse o contrato, alegando irregularidades na contratação. O contrato deve vigorar até que uma decisão final saia.

MP aponta direcionamento e superfaturamento
Ação movida pelo MP aponta indícios de direcionamento na licitação e no superfaturamento nos serviços prestados pela empresa. Ela ganhou contrato por inexigibilidade de licitação para fornecer o sistema Sigo, utilizado pela Segurança Pública do Estado.

Aliás, o Jornal Midiamax já publicou série de reportagens mostrando que outros estados pagam até 42 vezes mais barato por um sistema de segurança pública.

Inclusive, o próprio Estado, pela CGE (Controladoria-Geral do Estado), aplicou multa de R$ 9,5 milhões por cobranças de serviços técnicos acima do realizado.

Mato Grosso do Sul paga R$ 105 milhões por sistema ‘problema’ que é oferecido de graça pelo governo federal
TJMS suspendeu ação do Sigo até julgar recurso
Liminar (decisão provisória) do desembargador Paulo Alberto de Oliveira suspendeu temporariamente o processo até que a apreciação do pedido feito pelo empresário Adriano Chiarapa.

A ação estava até com audiência marcada para ouvir testemunhas, que acabou suspensa.

Então, conforme decisão do desembargador, o processo deve ficar suspenso até o julgamento de todos os desembargadores da 3ª Câmara Cível sobre o recurso. “A fim de se evitar maiores prejuízos, melhor que se suspenda o processo originário, até o julgamento do mérito do presente recurso”, diz trecho da decisão.

Assim, o magistrado justifica: “Está presente o fumus boni iuris já que a decisão agravada pode produzir efeitos processuais imediatos no que tange ao julgamento do feito sem a produção da prova pericial, razão pela qual impõe-se a concessão do efeito suspensivo pleiteado”.

Recentemente, o Jornal Midiamax mostrou que, apesar da ação do MP, a Sejusp turbinou em R$ 3,3 milhões o contrato com a Compnet.