Julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados pela suposta trama golpista é analisado pela Primeira Turma da Corte

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados pela suposta trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022 avançou no Supremo Tribunal Federal (STF). O caso, que é analisado pela Primeira Turma da Corte, entra em uma nova fase, com o início da votação após a apresentação das defesas dos réus.

A sessão, que começou na terça-feira (2), foi suspensa na quarta-feira (3) e será retomada na próxima terça-feira (9), quando o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, deverá apresentar seu voto.

Contexto e acusações
O processo apura a articulação de um plano para “golpe de Estado” e “abolição violenta do Estado Democrático de Direito” após as eleições de 2022. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que os réus integravam um grupo que buscava subverter a ordem democrática para manter Jair Bolsonaro no poder.


 

O caso ganhou mais evidência com a prisão de diversos envolvidos e a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que forneceu informações importantes para a investigação.

Os réus são acusados dos seguintes crimes:

Organização criminosa armada.
Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Golpe de Estado.
Dano qualificado pela violência e ameaça grave.
Deterioração de patrimônio tombado.
O julgamento ocorre na Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros: Alexandre de Moraes (relator); Flávio Dino; Luiz Fux; Cármen Lúcia; e Cristiano Zanin.

A decisão será tomada por maioria simples, ou seja, com pelo menos três votos pela condenação ou absolvição de cada um dos réus. A expectativa é que o julgamento, dada a complexidade do caso, se estenda por várias sessões.

Quem já foi ouvido
As duas primeiras sessões foram dedicadas às sustentações orais. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou a acusação, defendendo que os fatos configuram um plano criminoso com o objetivo de dar um golpe de Estado.

Em seguida, foram ouvidos os advogados de defesa dos oito réus. A defesa de Mauro Cid, peça-chave da acusação, foi a primeira a ser ouvida. No segundo dia, os advogados de Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto e outros dois generais apresentaram seus argumentos, com a defesa de Bolsonaro sustentando que não houve violência ou ameaça grave, elementos necessários para a configuração da tentativa de golpe de Estado.

O próximo passo é o voto do relator, Alexandre de Moraes, que é aguardado com grande expectativa.

Próximas sessões
9/9 (terça), às 9h e às 14h
10/9 (quarta), às 9h
12/9 (sexta), às 9h e às 14
Réus
Os oito réus que estão sendo julgados são:

Jair Bolsonaro (ex-presidente)
Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin)
Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
Augusto Heleno (ex-ministro do GSI)
Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)
Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
Walter Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente)