Intimada há mais de um ano, ré ainda não constituiu defesa e juiz dá 'ultimato' em ação de corrupção chefiada por Claudinho Serra

O juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, Bruce Henrique dos Santos Bueno, deu 10 dias para a intimação dos advogados dos réus do processo que apura corrupção na prefeitura do município, chefiada por Claudinho Serra e revelada no bojo das fases da Operação Tromper.
Conforme despacho da ação, o juiz pede a intimação dos patronos de Claudinho Serra e de vários empresários que mantinham contrato com o Executivo na gestão da sogra de Serra, Vanda Camilo (PSDB).
Confira:
Ueverton da Silva Macedo, o Frescura
Ricardo José Rocamora Alves (Do Carmo Comércio Varejista – CNPJ 44.770.503/0001-11)
Jacqueline Mendonça Leiria (JL Serviços Empresariais e Comércio Alimentício Ltda – CNPJ 45.382.268/0001-73)
Maxilaine Dias de Oliveira (Master Blocos – CNPJ 06.000.098/0001-63)
Roberta de Souza (Do Carmo Comércio Varejista – CNPJ 44.770.503/0001-11)
Yuri Morais Caetano (ex-estagiário do MPMS)
Passados os 10 dias sem resposta, a Justiça ainda determina a intimação dos réus para constituir nova defesa no prazo de 5 dias. Em caso de persistência na ‘inércia’, o juiz determinou o acionamento da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul.
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“Esgotadas essas providências, e na ausência de manifestação válida da defesa, dê-se vista ao Ministério Público Estadual para que se manifeste quanto à existência de risco à instrução criminal e, se for o caso, sobre a eventual necessidade de decretação de prisão cautelar dos réus que, em liberdade, possam estar comprometendo o regular andamento do feito”, diz o despacho.
Há mais de 1 ano sem defesa
O magistrado ainda cita diretamente os empresários Maxilaine, Milton Matheus Paiva Matos e Fernanda Regina Saltareli. Segundo o documento, Maxilaine está intimada desde maio de 2024, mas até o momento não tem defesa constituída.
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O juiz também intima os advogados de Milton e Fernanda para subirem no sistema judicial as procurações do cliente. “Após todas as respostas às acusações, vista ao MP para manifestação sobre elas e voltem conclusos na fila de urgentes”, finaliza o juiz.
Operação Tromper
As primeiras fases da Operação Tromper identificou a organização criminosa voltada para fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura de Sidrolândia.
O MPMS aponta na denúncia que o grupo criminoso agia para fraudar e direcionar licitações no município, favorecendo-se. A investigação aponta desvios milionários encabeçados por Claudinho Serra.
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Assim, os envolvidos desviavam valores dos contratos para os investigados. Claudinho, então secretário de Fazenda do município, seria mentor e também teria cooptado outros servidores. Assim, o ex-vereador e outros alvos de mandados de prisão foram presos.
A última fase, a 4ª da operação, mirou mais de 20 pessoas ligadas à administração pública. A ação da 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, do Gecoc e do Gaeco cumpriu três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão.
Aliás, a nova investida das autoridades contra o esquema de corrupção chefiado por Serra atingiu diretamente o núcleo familiar do político.
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