Judiciário precisa de R$ 10,5 mil para Natal de 70 crianças abrigadas
Tatiane Gondo, Cláudia Aguiar e o juiz Zaloar Martins, da Vara da Infância e Juventude de Dourados. / Foto: Marcos Ribeiro

A Vara da Infância precisam de R$ 10,5 mil para fazer o Natal de 70 crianças que estão nos quatro abrigos da cidade. Para isto, o judiciário lançou a campanha "Faça a Diferença", que é vinculada ao Projeto Padrinho.

De acordo com a coordenadora do projeto em Dourados, Claudia Aguiar, os recursos arrecadados serão destinados para realizar uma boa festa de Natal para as crianças, além de garantir que cada uma tenha um presente no valor de R$ 150. "O Natal, com seu significado tão especial e seus símbolos, é importante para todos os indivíduos e o Projeto Padrinho pensa em alegrar e proporcionar este momento para as crianças acolhidas nos quatro abrigos de Dourados", conta.

Segundo ela, a intenção é proporcionar um momento de lazer e descontração com estas crianças e adolescentes, e presenteá-las com um cartão de compras, que entre outras coisas, proporcionará uma ótima oportunidade destas crianças e adolescentes exercitarem sua autonomia.

"Durante a confraternização elas poderão vivenciar o verdadeiro espírito de natal que é a solidariedade, compaixão e esperança. O Natal não é apenas um único momento de estarmos vivendo esses valores; mas é uma época ideal para se começar e quanto mais cedo começarmos, mas fácil fica para formarmos crianças capazes de viver solidariamente no mundo em que estamos. Quando as crianças experimentam esses valores, elas executam um poder de compreender o mundo, respeitando amigos, parentes e familiares de maneira sincera. O projeto existe desde 2009 e de lá para cá, nunca mais nenhuma criança dos abrigos deixou de celebrar a data", conta.

Conforme Claudia, o interessado em ser padrinho financeiro deve adquirir cotas de R$ 150. O evento de confraternização acontecerá no dia 09 de dezembro, das 14h às 17h.
Abrigos

As 70 crianças e adolescentes abrigadas estão distribuídas em quatro entidades de acolhimento, que são fiscalizadas pelo Núcleo de Orientação e Fiscalização (Nof). Conforme o órgão, o maior índice de acolhimento está relacionado aos pais envolvidos em tráfico de drogas, violência doméstica, abandono e negligência.

O Lar Santa Rita atende crianças de até 7 anos. O Ebenezer é um abrigo feminino para crianças de 7 a 14 anos. O Renascer é o único governamental e atende crianças de 14 a 18 anos. O Instituto de Amparo ao Menor (Iame) é masculino e atende até os 18 anos.
Programas

A Vara da Infância de Dourados, representada pelo Juiz Zaloar Murat Martins, oferece três principais projetos de adoção, auxílio e bem-estar das crianças abrigadas em Dourados. O "Adotar" faz triagem com os casais interessados em crianças já destituídas do poder familiar. Criado em setembro de 2005, tem uma média de adoções de 2 a 3 crianças por ano. A coordenadora do projeto, Aparecida Harumi Nakano Oshiro, explica que, para adotar, os casais passam por triagem e curso de adaptação.

As orientações acontecem nas últimas sextas-feiras do mês, das 15h às 17h, no Fórum. Segundo Aparecida, a principal dificuldade é que a maioria dos casais se interessam por crianças recém-nascidas ou com, no máximo, um ano. Isto faz com que as maiores permaneçam mais tempo nos abrigos.
Padrinho

O Projeto Padrinho, existe desde 2003 em Mato Grosso do Sul e há cinco anos em Dourados. Beneficia crianças que moram nos abrigos e as que estão em situação de risco, inclusive assistidas pela Vara da Infância e Juventude de Dourados.

Qualquer pessoa acima de 18 anos pode se cadastrar como padrinho. Não há limite de vagas. A função do apadrinhamento é contribuir de alguma maneira com a criança. Fica a critério do padrinho o tempo e tipo de ajuda, que pode ser material, afetiva, profissional e educacional.
Pai de verdade

Criado em outubro de 2007 na Comarca de Dourados, o projeto Pai de Verdade tem como foco informar e conscientizar os pais da importância do reconhecimento de seus filhos.

No ano passado, 44 mães receberam algum tipo de informação sobre a importância de seu filho ter o nome do pai no registro de nascimento e como proceder para que o reconhecimento da paternidade aconteça. Em 12 casos não foi possível localizar o suposto pai, uma vez que a mãe não tinha conhecimento do seu paradeiro, impossibilitando qualquer tipo de atuação do projeto. Por outro lado, foram realizados 40 encaminhamentos.
Serviço

Os interessados em adquirir cotas para os presentes das crianças podem entrar em contato na Vara da Infância através dos telefones: 3902 1734, 3902 2992, 3902 1773.